Oração Lakota (Sioux)

Oração Lakota (Sioux)

Wakan Tanka, Grande Mistério
Ensina-me a confiar
Em meu coração,
Em minha mente,
Em minha intuição,
Em minha sabedoria interna,
Nos sentidos do meu corpo,
Nas bençãos do meu Espírito,
Ensina-me a confiar nessas coisas
Para que eu possa entrar no meu Espaço Sagrado
E amar muito além do medo
E assim caminhar na beleza
Com o passo do glorioso Sol

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sábado, 22 de outubro de 2011

Os Xamãs




"Os Xamãs não são celtas e nem druidas, eles se assemelham apenas nas práticas mágicas para entrar em contato com o Outro Mundo, através de práticas xamânicas que levam a um estado alterado de consciência e de profecia."

O Xamanismo nasce com a origem dos tempos, vem de ancestrais culturas que já existiram na Terra, antes da civilização humana, quando todas as nossas relações eram honradas e quando sabíamos conversar com os animais, com as plantas, com as montanhas e serras, com os desertos, planícies, com os rios e lagos, com os ventos e a chuva, com as cavernas no útero da Pachamamma, a Mãe Terra.

Sua origem não tem raízes históricas ou geográficas, mas se perde no tempo. Práticas xamânicas foram encontradas em cavernas na china, há pelo menos 80.000 anos, o que se pressupõe que ele é mais antigo. Traços do Xamanismo podem ser encontrados em muitas religiões e tradições e pode-se dizer que é a mais antiga disciplina médica e psicológica da humanidade.

Historicamente o uso da palavra Xamanismo vem da Sibéria, de onde passaria ao Novo Mundo durante as migrações que povoaram o continente americano, desde 1000 a. C. O Xamanismo original floresceu na Ásia Central e setentrional (povos turco-mongóis, himalaios e árticos).

A maior parte dos especialistas estão de acordo em estender a ação do Xamanismo à Coréia e ao Japão, passando pelos povos fronteiriços do Tibet, China e Índia, até a Indochina e a América.

Mas quem eram os Xamãs? Eram homens e mulheres capazes de entrar em transe, de estabelecer uma ponte entre este mundo e o outro, viajar nas dimensões inferiores, medianas e superiores, capazes de curar, guardiões da história oral de seu povo. Em Jung, vamos entender essa condição, como a possibilidade de acessar o inconsciente coletivo da humanidade, pelo simbólico, pelo imaginário, pela força dos arquétipos.

Xamãs eram assim designados no dialeto local. O termo foi incorporado no trabalho de Mircea e se consagrou para definir os yayés, os shabonos e os magistas de várias nações que tem o mesmo poder, ser ponte entre mundos.

Hoje, antropólogos utilizam o termo para se referirem a pessoas de uma grande variedade de culturas não ocidentais, que são conhecidas por palavras tais como: bruxo, feiticeiro, curandeiro, mago, mágico, vidente... Aqui no Brasil, utilizam o nome pajé, na América do Norte, Medicine-Man ou Medicine Women, na América Central, Curandeiros ou Feiticeiros.

Um Xamã é, na maioria das vezes, um curador ferido que, ao vivenciar situações extremas de doença física, mental, espiritual ou emocional, tendo estado em contato com o mal, torna-se apto a realizar ações para promover a cura em si mesmo, nas outras pessoas e em relação ao planeta.

Atualmente, há uma tendência desses profissionais que se intitulam "Xamãs Urbanos". São médicos, pedagogos, psicólogos, jornalistas, sociólogos, educadores, ecologistas, artesãos, musicistas, terapeutas holísticos, que usam antigos ensinamentos que proporcionam cura, bem estar e crescimento pessoal, ao promover atendimentos individuais ou em grupo.

Alguns desses ensinamentos têm sua base na observação da natureza e seus sinais: Sol, Lua, terra, água, fogo, ar, animais, plantas, vento, ciclos, etc... Ao observarem atentamente essa vida que há em toda a natureza e suas manifestações, ao aprender a ler no Livro da Natureza, como os xamãs de antigamente, podem perceber sua conexão com o todo e se abrir para o aprendizado daquilo que realmente somos.

Aprendendo as lições dos animais, das plantas e das pedras, da terra, do fogo, do ar e da água, tornam-se capazes de elevar a consciência e se relacionar com outras realidades e dimensões, assim como manter plena harmonia com a natureza, possibilitando a total integração de seus corpos físico, mental, emocional e espiritual.

Em algumas correntes, vamos ter os que se utilizam as plantas de poder, ou medicinas sagradas (ayuasca, coca, peyote, amanita muscaria, etc.) para alcançar os estados alterados de consciência, parte importante das práticas Xamânicas. É importante lembrar que a religiosidade, sistema de crenças de um povo, não é Xamanismo.

O Xamanismo não é uma religião e sim um conjunto de métodos, noções e práticas de alteração, ampliação, da percepção e da consciência ordenados para obter o contato com o universo paralelo, mesmo invisível, dos espíritos e o apoio destes para gerir os assuntos humanos, no sentido em que hoje se chamaria de terapêutico.

A prática do Xamanismo utiliza-se do trabalho como as rodas de cura, o som dos tambores, chocalhos, ossos, ervas, animais, minerais, direções sagradas, rituais, jornadas xamânicas, contato com seres espirituais, ritmos, danças e movimentos corporais, conexão com os elementos da natureza: água, terra, ar, fogo, cristais, pedras, argila, etc, são técnicas de cura e purificação das dimensões físico, emocional, mental e espiritual do ser humano.



Texto de Cláudio Crow Quintino

Fonte:templodeavalon.com

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