Oração Lakota (Sioux)

Oração Lakota (Sioux)

Wakan Tanka, Grande Mistério
Ensina-me a confiar
Em meu coração,
Em minha mente,
Em minha intuição,
Em minha sabedoria interna,
Nos sentidos do meu corpo,
Nas bençãos do meu Espírito,
Ensina-me a confiar nessas coisas
Para que eu possa entrar no meu Espaço Sagrado
E amar muito além do medo
E assim caminhar na beleza
Com o passo do glorioso Sol

Amigos do Blog Xamãs na Umbanda

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Qual e porque o poder da prece



Ao criar os mundos (as muitas moradas a que se referiu Jesus), Deus criou também o Fluido Universal, que banha a todo o Universo e a todos os seres através da força magnética de que é feito, e que interliga a todos os mundos... 
Quando uma pedra cai na água, sua superfície vibra em esferas concêntricas; assim também o Fluido Universal vibra movido por nossas preces e pelos nossos pensamentos, com a diferença de que, enquanto as vibrações da água são limitadas, as do fluido universal estendem-se ao infinito. Por isto é que nosso pensamento, tão logo movido pela força de uma grande vontade, pode impulsionar e ajudar almas a distâncias incalculáveis, encarnadas ou não, estabelecendo uma corrente fluídica de uns para outros, pela qual os Espíritos elevados podem, por sua vez, influenciar-nos e responder das profundezas do espaço, às nossas invocações e necessidades.
Segundo Leon Denis, em seu livro “Depois da Morte”, quando nossa prece alcança esse teor de fé, passamos a ter afinidade com um potencial tamanho, que chega a ser a expressão profunda da alma para com Deus, o colóquio solitário, refúgio dos aflitos.Diálogo íntimo daquele que sofre, com “Aquele” que alivia, onde a alma expõe suas angústias, suas culpas ou daqueles por quem pede implorando socorro, apoio ou perdão”.
E é assim que seu poder se faz enorme, como um farol cujo clarão não dispensa a névoa. Nesta hora, do santuário da consciência uma voz secreta responde; a voz “Daquele” de quem provém a força para as lutas do mundo, o bálsamo para nossos desalentos e a luz para nossas dúvidas, fazendo germinar a esperança e a força interior que habita em cada um de nós.
A prece sincera tem ressonâncias no infinito, é linguagem que não precisa de formas recitadas, que muitas vezes os lábios balbuciam e o coração não acompanha. Espontânea e inspirada na necessidade de um coração, muitas vezes se expressa no pensamento, na angustia de um lamento, num simples e fervoroso olhar erguido ao céu, ou no exame de uma consciência que se expõe a Deus. Contudo...
“Não devemos esperar que a prece resolva nossos problemas, que afaste de nós as provas inerentes à existência, porque há a lei, que sendo imutável, não se dobra aos nossos caprichos, até porque, muitas vezes nem sabemos o que pedimos!” 
E Denis nos afirma: “Se confiamos, como somos atendidos! Sensíveis aos sofrimentos humanos, pelos quais também passaram, os Espíritos Protetores nos trazem o conforto da proteção e a inspiração que nos mostra o melhor caminho, pois que o poder divino não é feito só de justiça, também é feito de bondade imensa e de caridade infinita”. 
“Quando pedimos com fervor e confiança, pela própria energia que passa a nos envolver, ficamos mais fortes contra a força e a tentação de nossos erros e, assim, desentupimos o canal por onde fluirá a ajuda que nossos protetores espirituais nos possam dar.” 
A prece pelos infelizes e pelos doentes tem poder porque é a caridade em sua forma mais pura. Por isso produz efeitos incríveis, e mesmo sendo contrária à lei do destino e a prova deva consumar-se, os fluidos benéficos que atrai acumulam-se e unem-se ao perispírito do beneficiado ajudando-o de alguma forma.
E mesmo que aqueles por quem pedimos estejam ausentes ou mesmo distantes, o poder da prece age sobre eles com um magnetismo que penetra os fluidos densos e obscuros que os possam envolver, amenizando as angústias e necessidades porque estiverem passando, porque a prece é a flecha que atravessa o espaço espargindo bênçãos. Nessa hora, Deus nos envia os Bons Espíritos, que os vêm ajudar, intuir e socorrer. E desse modo provações possíveis podem ser desviadas ou suavizadas.
Não nos esqueçamos, porem, que também é valida a prece que agradece, não só pelas graças alcançadas, mas quando a paz nos envolve e extasia ante um espetáculo da Natureza, como uma noite enluarada ou a beleza colorida de um amanhecer, quando, enfim, nos emocionamos ante as obras magníficas do Criador.

Doracy Mércia Azevedo Mota

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO





O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – ALLAN KARDEC CAPÍTULO X : BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS ITENS 9 E 10 : O ARGUEIRO E A TRAVE NO OLHO


             “Porque vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou, como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Mateus, VII: 3 a 5)


             A palavra argueiro significa partícula leve, cisco; por extensão: coisa insignificante.
             Trave significa viga; pedaço de madeira ou de outro material utilizado para sustentar ou reforçar uma estrutura.

             Os orgulhosos e os pseudo-sábios sorriem á vista da descrição dessa situação inverossímil.

             Mas, esse é mais um exemplo da preocupação de Jesus em usar de coisas simples e chamativas, às vezes pela situação absurda, a fim de que suas palavras não se perdessem e se fixassem na memória dos que o ouviam, porque ele sabia da necessidade de um longo tempo de desenvolvimento espiritual para que grande parte da humanidade entendesse seus ensinos.

             As palavras ficaram, foram entendidas por muitos, mas, muitos mais, somente agora, estão percebendo seu real significado e sua importância, e outros muitos, nem chegaram até aí.

             Quanto mais se estuda os Evangelhos, mais Jesus se agiganta, se eleva, se sublima aos nossos olhos, à nossa ainda imperfeita capacidade de compreensão e entendimento, e seus ensinos de mais de dois mil anos, mostram-se atuais e cada vez mais necessários a toda humanidade da Terra.

             Nessas palavras, citadas por Mateus, Jesus destaca a facilidade que o homem tem em perceber os erros alheios e a dificuldade que tem em perceber os seus.

             “Para julgar-se a si mesmo, seria necessário poder mirar-se num espelho, transportar-se de qualquer maneira fora de si mesmo, e considerar-se como outra pessoa, perguntando: Que pensaria eu, se visse alguém fazendo o que faço?”

             Admirável Kardec, com sua sabedoria de tornar sua escrita acessível a todos, escrevendo de maneira simples sobre coisas difíceis de serem entendidas e vividas!

             Olhar-se para si mesmo, como se outra pessoa fosse, é a maneira melhor, talvez a única, de conhecer-se a si próprio, idéia já conhecida desde antes de Sócrates, que a divulgou há mais de trezentos anos antes de Cristo nascer.

             Isso é possível ao homem, observando, perseverantemente, as suas reações aos acontecimentos, às situações da vida e às pessoas com as quais se relaciona ou convive.

             Analisando essas reações com objetividade, sem complacência, nem justificativas, como se outra pessoa fosse, vai - se conhecendo a si próprio.

             A partir desse hábito, fica mais fácil, conhecer suas qualidades em desenvolvimento, as que estão quais novas plantinhas, ainda frágeis, requerendo cuidados e atenções especiais, suas imperfeições e suas qualificações negativas.

             Aceitá-las todas, as boas e as más, na compreensão de ser um Espírito em evolução, portanto, sujeito a erros, equívocos e omissões, é um novo passo.

             Não parar aí, a fim de que o progresso, que é inevitável, não precise ser feito através de dores e sofrimentos.

             Querer progredir no bem, pelo bem e para o bem, no cumprimento das leis divinas, exige que se combata, até eliminá-lo, o mal que existe dentro do ser, criado por ele mesmo, ao mesmo tempo em que se esforce, o mais possível, para desenvolver as virtudes por brotar, as já plantinhas novas e as mais crescidinhas.

             Essa é a tarefa maior dos habitantes da Terra, a finalidade das inúmeras reencarnações.

             Nas descobertas sobre si mesmo, o homem vai perceber que o orgulho que o leva a sentir-se ofendido e o impede de perdoar, também está presente na dificuldade que tem de ver-se como é, no disfarce dos “seus próprios defeitos, tanto morais quanto físicos”.

             É o orgulho que o leva a perceber e destacar no outro o mal que se recusa a ver em si. Isso é falta de caridade, porque ressaltando o defeito alheio é como se dissesse: “Eu não faço isso, sou melhor do que ele”.

             Querendo que os outros o vejam como ele pensa que é ou deseja parecer ser, destacando os defeitos alheios, pensa que esconde os seus, desviando a atenção.

             Por isso Kardec afirma que “o orgulho, além de ser a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Foi por isso, que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso.”

             Assim, o orgulhoso não é ou tem dificuldade em ser caridoso, indulgente, tolerante, generoso, paciente, obediente, resignado, manso, pacífico...

             Busquemos, todos nós, que consideramos Jesus como nosso Guia e Modelo, procurar ver e destacar o bem que existe nos outros, sendo benevolentes com suas faltas, tanto quanto desejamos que os outros o sejam para conosco.

             Deixemos o rigor e a exigência para conosco, na luta contra nossas imperfeições morais, com a certeza de que todos nós trazemos em nós a perfectibilidade, ou seja, a capacidade de tornarmo-nos perfeitos.


Bibliografia:


KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o Espiritismo”

Leda de Almeida Rezende Ebner


domingo, 27 de novembro de 2011

O casamento na Umbanda



Ao contrário do que muitos pensam – talvez influenciados pelo senso comum, que atribui somente a religiões ditas cristãs, em especial o Catolicismo, um caráter oficial – na Umbanda também existem sacramentos, tais como o batismo e o casamento. No entanto, a realidade é que poucos daqueles que se dizem umbandistas sabem disso ou, se sabem, não atentam para a importância de seguir os sacramentos dentro da religião que escolheu e que os acolheu.
Seria isso um desprezo pela própria religião? Ou uma forma de minimizar a importância daquilo que escolheu para si e que deveria nortear sua vida?
Talvez nem uma coisa nem outra. O fato é que, por diversos motivos, muitos deles históricos e outros tantos sociais, o próprio umbandista busca em outras religiões, como já foi dito, especialmente no Catolicismo, a oficialização de momentos importantes de suas vidas. É como se algumas situações exigissem o crivo católico, tradicional e bem quisto, para legitimar-se. É como se a Umbanda, apesar de toda a sua história de luta e resistência, não bastasse para sacramentar os momentos decisivos da vida de seus filhos. É como se o próprio umbandista não reconhecesse na Umbanda a sua autoridade espiritual.
A realidade é que muitos segmentos da sociedade ainda enxergam a Umbanda como um religião de pobres e desprovidos de cultura – note o ranço de preconceito – e, assim, ainda buscam em instituições que julgam oficiais, os sacramentos que facilmente encontrariam dentro da Umbanda.
Por outro lado, não há como atirar pedras naquele que realiza o casamento em outra religião, justamente porque ainda existe esse preconceito em torno das religiões que possuem um de seus pilares na África. Experimente alguém, de família não umbandista, realizar o seu enlace matrimonial dentro de um terreiro.
Quantos convidados comparecerão?
E, daqueles que comparecerem, quantos estarão ali realmente de coração (e mente) aberto ao ritual?
Quantos buscarão os pretextos mais fúteis para não comparecer?
E quais serão os comentários daqueles que comparecerem, após o ritual?
Ao final das contas, perante a sociedade, é como se o casamento não tivesse acontecido, por isso é compreensível que as pessoas, mesmo se dizendo umbandistas, procurem realizar seus casamentos dentro daquelas religiões que arriscamos chamar de mais tradicionais, mas que são, na realidade, mais aceitas pela sociedade. Concluímos assim que esses acontecimentos são mais sociais do que religiosos: trata-se da formalização de um rito de passagem, que assim sendo, necessita daquilo que é cobrado informalmente pela sociedade, e não daquilo que o coração e alma pedem.
Já é passado do momento do umbandista assumir sua religião em toda plenitude que ela pede e merece, fazendo valer os sacramentos, liturgias e tradições que a caracterizam. Embora seja sabido que a sociedade ainda possui fortes raízes no catolicismo (mesmo aqueles que não se declaram católicos), é importante ao umbandista fazer da Umbanda a sua filosofia de vida, sem medo ou vergonha, como forma de chamar para si e para seus irmãos-de-fé o respeito que tanto clamamos por anos e anos.


Douglas Fersan

sábado, 26 de novembro de 2011

Alcoolismo e Obsessão




Na antiguidade, o uso de bebidas alcoólicas tornou-se comum e quase elegante, caracterizando uma forma ou de fuga ante os desafios. Acreditava-se, no passado, que o álcool e seus derivados diminuíam as angústias e tensões, posteriormente se afirmando ou se justificando possuírem propriedades fisiológicas, produzindo estímulo e vigor orgânicos.

O alcoolismo decorre de muitos fatores, entre os quais a personalidade e a tolerância do organismo do paciente, variando com a idade, o sexo, hereditariedade, hábitos e costumes, constituição e disposição orgânica. Pode ser resultado de causas ocasionais, secundárias, psicóticas e conflituosidade neurótica. Experiências ocasionais, uso após problemas de natureza orgânica e mental – como na epilepsia, na arteriosclerose cerebral -, compulsão pela hereditariedade e o condicionamento após o hábito, resultando na conflituosidade neurótica. No começo, o indivíduo pode experimentar euforia, dinamismo motor, porém vai perdendo o controle, o senso crítico, tornando-se inconveniente. Com o tempo, surgem outros distúrbios orgânicos, tais as náuseas, os vômitos, a incontinência urinária e, por fim, o sono comatoso, no estado mais avançado. À medida que a dependência aumenta e o uso se faz mais freqüente, a bebida alcoólica afeta o sistema nervoso, o trato digestivo, o aparelho cardiovascular.

As complicações que degeneram em gastrite e cirrose hepática são inevitáveis, levando à morte, qual sucede no câncer do esôfago e do estômago. Do ponto de vista psíquico, o alcoólatra muda completamente o comportamento, e suas reações mentais são alteradas, a começar pelos prejuízos de memória, a culminar no delirium tremens, sem retorno ao equilíbrio…

O alcoolismo (alcoolofilia) é, portanto, uma enfermidade que exige cuidadoso tratamento psiquiátrico. No entanto, porque ao desencarnar o alcoólatra não morre, permanecendo vitimado pelos vícios, quase sempre busca sintonia com personalidades frágeis ou temperamentos rudes, violentos, na Terra, deles se utilizando em processo obsessivo para dar prosseguimento ao infame consumo de álcool, agora aspirando-lhe os vapores e beneficiando-se da ingestão realizada pelo seu parceiro-vítima, que mais rapidamente se exaure.

Torna-se uma obsessão muito difícil de ser atendida convenientemente, considerando-se a perfeita identificação de interesses e prazeres entre o hóspede e o seu anfitrião. Manoel Philomeno de Miranda

(Médico; Escritor; Conferencista. – Brasil: 1876-1942) Reflexão da série: M. Philomeno Miranda Fonte: Trilhas da Libertação

Fonte:espiritualizandocomaumbanda.blogspot.com

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sabedoria Indigena





“Eu estou cego e não vejo as coisas destes mundo; mas quando a Luz desce do Alto e ilumina o meu coração, então vejo, porque o Olho do coração tudo vê. O coração é um santuário no centro do qual existe um pequeno espaço onde o Grande Espírito vive, e este espaço é o Olho. É o Olho do Grande Espírito, com o qual Ele vê todas as coisas e através do qual nós O podemos ver. Se o coração não é puro, o Grande Espírito não pode ser visto, e a alma daquele que morre nesta ignorância não pode regressar imediatamente para o Grande Espírito, ela terá de ser purificada através da vivência na terra. Para conheceres o centro do coração onde reside o Grande Espírito terás de ser bom e puro e viver da forma que o Grande Espírito nos ensinou. O homem que for assim puro contém o Universo no espaço do seu coração.”

Alce Negro

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Um passo de cada vez...



O desenvolvimento mediúnico é como o desabrochar de uma flor: um fenômeno
sutil, que acontece dia a dia, sem milagres ou grandes saltos em sua evolução.
Desenvolver a mediunidade é um processo que começa interiormente, buscando a
melhora íntima e o desenvolvimento das virtudes superiores, pois apenas através
delas, acessa-se o padrão de sintonia ideal com os bondosos mensageiros que a
Luz envia.

Mediunidade não é um bem para envaidecer-se, nem uma atividade que tem como
objetivo matar o tempo ocioso dentro da matéria. É sim, um trabalho sério, que
exige disciplina e maturidade, compaixão e carinho, para que o trabalho não se
perca nas áridas ilusões do materialismo exacerbado.

Todo servidor mediúnico é uma ponte de ligação entre os planos mais sutis e a
matéria. É uma porta de acesso. Mas, caso essa porta seja aberta, o que
transitará por ela? Em verdade, o médium antes de ser elemento passivo na
comunicação espiritual, é elemento ativo no processo de sintonia com as forças
superiores. A manifestação mediúnica é impressa sobre o conteúdo anímico que
todo médium traz, em sua mente e em seu coração.

Por isso o grande esforço dos mensageiros da luz, para que antes das
faculdades mediúnicas desabrocharem por completo, o médium passe por um período
longo de desenvolvimento, onde suas capacidades acompanharão a própria evolução
interna da alma, predisposta ao trabalho de intercâmbio espiritual. A todos
esses irmãos, que buscam na mediunidade, um oportunidade de trabalho redentor,
deixamos os seguintes conselhos:

Utilizem-se sempre da palavra amiga, para que a psicofonia reflita os
sentimentos trazidos no coração.

Tenham olhos bondosos, que antes de procurar os defeitos alheios, sirvam para
a compreensão dos próprios erros, fazendo da clarividência uma ferramenta para o
autoconhecimento.

Santifiquem suas mãos com o trabalho honesto e edificante, para que elas
possam trazer, através da psicografia, as palavras do mais alto.

Façam com que suas atividades diárias sejam norteadas pelo bom-senso e pela
alegria, aumentando a lucidez fora do corpo, quando das excursões noturnas
enquanto o corpo físico descansa.

Escolham bem as conversações as quais participam, para que seus ouvidos possam
ouvir o sutil.

Cultivem pensamentos elevados e carinhosos em relação ao semelhante, para que
a intuição flua, como um rio de bênçãos, a cair do altíssimo.

Não julguem com maldade e extremo rigor as manifestações mediúnicas do
próximo, para que não sejam traídos pelo animismo não edificante. Lembrem-se que
o mesmo rigor, descaso e sarcasmo destinado ao irmão, um dia poderá ser
destinado a vocês.

Estudem, leiam e se instruam, mas não se envaideçam, pois os verdadeiros
tesouros espirituais trazemos no coração.

Cuidado com o mau-humor. Ele acaba com qualquer tentativa de contato
espiritual elevado. Manter-se sereno e equilibrado perante as pelejas do dia a
dia é a maior prova de espiritualização que o ser pode dar.

Sejam simples. Não busquem o fenômeno ou o “show mediúnico”. Busquem sim, o
esclarecimento, os ensinamentos elevados, o consolo e a fraternidade com os
irmãos mais necessitados.

Cuidado com os excessos, trilhem o caminho do equilíbrio, para que suas
companhias espirituais também sejam equilibradas.

Façam da oração uma manifestação de fé e confiança verdadeira nas forças
celestes, para que o amparado delas nunca falte.

Não se martirizem, nem se tenham como pecadores. Ninguém é perfeito, todos
temos acertos e erros, débitos e créditos. Trabalhem e perseverem. Sejam
críticos, mas não exagerem. Melhore na medida do possível e não se cobre uma
postura impossível em relação à vida.

Cada um tem o que merece. Aceitem suas vidas, suas dificuldades, seus
problemas, pois eles estão aí por única e exclusiva responsabilidade sua.

Por último, confiem mais em si mesmos. Não desanimem com a aparente falta de
evolução em relação a mediunidade. Como dito anteriormente, o processo é lento,
sem saltos ou rápidas transformações. Um passo de cada vez. O caminho é longo,
mas todos temos a eternidade...


Um Espírito Amigo – Recebido mediunicamente por Fernando Sepe

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A VOZ DO SILÊNCIO - Por Vovó Benta





O atendimento da noite agora se encerrava naquele terreiro de Umbanda. Alguns dos pretos velhos que haviam trabalhado se desligavam de seus aparelhos, não sem antes equilibrá-los com energias edificantes e benfazejas. Um dos médiuns, após praticamente "despachar" seu protetor, apressou-se em ajoelhar-se aos pés da preta velha que ainda permanecia incorporada, para solicitar aconselhamento.


O bondoso espírito acolheu amorosamente suas lamentações como o fez com todos os outros que haviam passado por ela naquela noite. Ouviu tudo fumegando seu cachimbo, porém nada falou. Saravou aquele filho, agradecendo-o pela caridade que havia prestado e assim se despediu, largando seu aparelho. O médium por sua vez, desajeitadamente se retirou, sem conseguir entender o silêncio da Preta Velha. Um misto de rejeição e indignação passou a povoar seus sentimentos, e pensou:


- "Então é assim! Eu fico fazendo caridade por horas a fio e quando solicito ajuda, o que recebo?"


Enquanto a corrente mediúnica realizava as preces de encerramento da sessão, ele sentiu uma inexplicável sonolência que o obrigou a dirigir-se diretamente para casa, ignorando o programa prévio de sair com os amigos para mais uma noitada de lazer em bares da cidade.


Mal adormeceu, em corpo astral, através do desdobramento, percebeu estar ajoelhado sobre folhas verdes e cheirosas num ambiente simples, cujas paredes eram feitas de bambu, o teto de folhas de coqueiro e o chão de terra batida. Algumas tochas iluminavam o local, e havia uma cantiga no ar que ele bem conhecia. Sentindo a presença de alguém, virou-se e o viu sentado em seu tosco banco com aquele sorriso matreiro e cachimbo no canto da boca. Sua roupa, bem como seus cabelos brancos, contrastava com a pele negra. Os pés descalços e calejados. No pescoço um rosário cujas contas eram pura luz. Sim, era ele, Pai Benedito, seu protetor.


- “Saravá zin fio!” Falou a Entidade de Luz!


- “Saravá meu Pai!” Respondeu ele.


- “Pai Benedito chamou o filho até sua tenda para poder explicar tudo aquilo que você não conseguiu entender com a orientação da mana lá no terreiro da terra.” Explicou seu protetor.


- “Meu Pai, ela nada falou...” Reclamou ele.


- “E suncê se magoou, não foi?” Perguntou seu Protetor.


- “É... não compreendi...” Respondeu tristemente. A maravilhosa Entidade então, explicou:


- “Por isso Pai Benedito o trouxe até aqui e vai explicar. Os filhos da terra ainda não conseguem compreender a mensagem do silêncio devido às suas mentes aceleradas pelo imediatismo, pela falta de concentração e pelo vício de "receitas prontas". A mana que nada disse ao filho, agiu assim justamente para incentivar a sua busca das respostas.


Queria que o filho, instigado pela falta do aconselhamento a que vinha se acostumando, pudesse parar e pensar. Pensar em todos os conselhos que seu protetor, através de seu aparelho, havia passado para as pessoas que atendera lá no terreiro há momentos atrás.


O silêncio da preta velha, quis dizer ao filho que o primeiro e maior beneficiado da abençoada tarefa mediúnica é o próprio mediador. A sua característica de médium consciente permite que receba e transmita os nossos pensamentos e os bons fluídos dos quais se torna canal. Para que o intercâmbio "médium-espírito" aconteça, pela Bondade Divina, o corpo astral do mediador é previamente preparado antes de reencarnar através da "sensibilização fluido-mediúnico" de seus centros de forças para que assim se dê a afinização com seus protetores.


Durante toda a vida encarnada, é ainda alertado e amparado para que possa exercer o mandato dentro do programado. No entanto, existe um carma envolvendo tudo isso, e o fato dos filhos prestarem a caridade não os isenta dos entrechoques a que estão sujeitos na matéria, que nada mais são do que ensinamentos necessários do certo e do errado.


Respeitando as escolhas feitas, esses protetores tantas vezes perdem seus pupilos para os descaminhos da vida, mesmo e apesar de todo esforço, e então lhes resta aguardar que o relógio do tempo os traga de volta pela mão da dor.


Pai Benedito não se entristece, se o filho por vezes o dispensa, ou não entende suas mensagens. Nem mesmo quando o filho desfaz as energias recebidas após o trabalho de caridade através da busca de prazeres ilusórios e momentâneos. Apenas ajoelha diante do Congá, que no plano astral fica sempre iluminado pelas velas da caridade prestada nas poucas horas em que a corrente de médiuns se reúne na terra, e implora ao Pai Oxalá a sua compreensão para todos os espíritos que ainda teimam em permanecer colados às suas mazelas no plano terreno.


Por isso filho, estando aqui em frente a este espírito que tanto o ama e cuja ligação perde-se no tempo, peço que desabafe suas dores, que tire as dúvidas que angustiam seu coração.”


Agora o silêncio era todo seu. Apenas as grossas lágrimas que desciam de sua face falavam de sua pouca fé, de seu descrédito até então, da própria mediunidade. De seus momentos de incertezas quanto a estar servindo realmente de canal para Pai Benedito, de seus medos em relação ao animismo e da confusão que fazia dele com a mistificação. Mas principalmente de sua vontade de largar tudo pelos prazeres do mundo, afinal era muito jovem ainda para levar uma vida regrada em função da mediunidade. Então a Entidade de Luz continuou:


- “Pai Benedito compreende a angústia do filho, mas pede que revise os tantos avisos que recebeu em seus sonhos, nas palestras instrutivas que ouviu lá no terreiro, nos livros que chegaram até suas mãos e nas tantas vezes que a Preta Velha o instruiu, o aconselhou. Onde estão estas informações? Para quem eram dirigidas nossas palavras nos atendimentos, senão para você que as ouvia antes de repassá-las? Nada é proibido aos filhos no estágio da matéria, mas em tudo deverá existir o equilíbrio. “


O silêncio da Preta Velha havia sido traduzido, e agora ele conseguia compreender que fora o melhor, dos tantos conselhos que ouvira dela.


Fechando seus olhos, agradeceu a ela mentalmente e quando os abriu, além do cheiro de incenso e da claridade que se instalara naquele ambiente, percebeu que tudo modificara. A humilde tenda agora era um templo iluminado por vitrais coloridos que formavam filetes de luz que se entrecruzavam num quadro de beleza estonteante. No chão, ao centro, em esplendoroso piso vitrificado havia o desenho de uma mandala, que de seu centro irradiava luz dourada. Já não estava mais diante daquele Pai Velho em humildes trajes, pois ele havia se transfigurado num ser de características orientais, de olhar penetrante. Nada pode pronunciar, sua voz embargou. Havia que se fazer o silêncio para que só ele traduzisse a mensagem agora recebida.


Naquela manhã acordou muito cedo, tendo plena lembrança de seu "sonho". No ar, ainda o cheiro do incenso. Não fosse a exigência da vida física, ficaria o dia todo calado, saudando o silêncio da Preta Velha.


"Que nos ouça, quem tem ouvidos de ouvir". Saravá aos filhos da Terra.

Esta mensagem foi recebida espiritualmente pela médium Leni W. Saviscki e foi publicada originalmente no Jornal de Umbanda Sagrada – Número 63 – em Julho de 2005.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Quem sou eu?




Como sempre faço, fiquei parado na frente do congá em busca de uma inspiração para dar início a mais uma gira de umbanda. É o momento da minha reflexão, em que limpo todas as minhas mazelas materiais.
Comecei pedindo perdão pelos meus erros do dia, quando me lembrei das palavras do Pai Maneco: "perdão não se pede, conquista-se..." Meu pensamento foi longe. Tenho tantos pecados. Será que um dia poderei merecer a alegria de ver conquistado o perdão de todos os meus erros?

O Terreiro de Umbanda Pai Maneco abriga mais de trezentos médiuns, além de reunir, em suas giras quatrocentas pessoas na assistência. Tem sede própria, arrojada construção e ótima localização. Eu sou o pai-de-santo, o dirigente, aquele que está sempre com a última palavra. A música é refinada, atraindo alguns músicos profissionais, o que torna nossas giras um encontro cultural. Vários pontos cantados nasceram dentro do terreiro. É grande, com bom conceito, e muitas pessoas vêm de longe só para serem atendidas com uma consulta. A casa tem rígidos princípios morais e filosóficos. Considero-me um pai-de-santo polêmico, com teorias inovadoras, às vezes contrárias à prática comum da umbanda, mas, paradoxalmente, sou preso à história. Não fujo da tradição da umbanda no Brasil. É a nossa religião, a única brasileira, oficializada por Zélio de Moraes em 1908 no Rio de Janeiro.

Não quero incorrer no erro de enterrar comigo a experiência de uma vida. Quando os jovens me pedem a indicação de livros que ensinam a umbanda, não sei o que dizer. As obras não são claras, e estão além da compreensão popular, talvez por não serem psicografadas, mas escritas dentro dos conceitos de cada autor, quase sempre divergentes. Não vou fugir à regra, mas estou convicto que meus conhecimentos foram transmitidos pelas entidades. Ouso me fantasiar de escritor, mas quando me for, terei deixado impressa minha história, aquela que norteia minha vida, com a ressalva de que hoje o que creio e ensino poderá amanhã ser modificado perante o surgimento de verdades mais verdadeiras.
Às vezes me pergunto: quem sou eu? Sou ainda aquele menino medroso, talvez o entusiasmado kardecista contra rituais, ou o já velho pai-de-santo, cheio de fé e experiência? Serei uma mistura de tudo? Joguei fora minha inocência, meus medos, minha arrogância, minha humildade, meu ódio ou meu amor? Gosto de modificar, por ser inovador, ou gosto de ser polêmico, para ser incomum? Sou bom, ou sou ruim? Afinal, quem sou eu? Ninguém pode saber, apenas eu mesmo: sou um velho cheio de juventude, uma pessoa alegre cheia de tristezas, uma mistura do bom e do ruim. Filtro o que ouço, para não me confundir, e olho tudo para aprender. Não julgo ninguém, e não ligo se me julgarem. A crítica ou o elogio não me afetam. Gosto de amar, mas não ligo se não me amarem. Eu sou um homem humilde e um vaidoso pai-de-santo, em busca da liberdade, a única coisa que ainda não conheço...


Fonte.www.paimaneco.org.br

domingo, 13 de novembro de 2011

EXÚ É BOM E OU RUIM?



Não, exu não é bom, nem mesmo ruim, ele é movimento e ele vibra de acordo com cada ser humano, mas isso não é apenas dentro da Umbanda, pois se Exu é movimento ele não está preso a uma só religião e sim está em todas e até mesmo na falta de uma, ou seja, ele age na vida de todos os seres humanos, pegamos como exemplo uma pessoa de posses e que faz uso errado dessas posses, com toda certeza Exu irá vibrar de forma contrária para dar o equilíbrio necessário para que aquela pessoa entenda da forma mais penosa para ela, ou seja, na perda daquelas posses, só assim a pessoa entenderá que fez uso errado da mesma, só assim a pessoa irá obter noção que fez errado ao usar suas posses de forma tão desequilibrada, então para esta pessoa com toda certeza Exu é ruim e se a mesma faz parte da Umbanda e na mesma não está pela Fé e pelo Amor, com toda certeza sairá do terreiro e irá para uma igreja e lá dará seu testemunho contrário a nossa a Umbanda.

Por que lá na Igreja a referida pessoa volta a prosperar?

Simples dentro da Umbanda somos livres, temos nosso livre-arbítrio e bem sabemos as causas do uso errado deste, nas igrejas as pessoas não tem seu livre-arbítrio são controlados pelos pecados e por um Livro, são tele guiados e com toda certeza lá eles irão cumprir o que deveria ter cumprido com toda liberdade dentro da Umbanda, nem todos estão prontos para usarem seu livre-arbítrio e esses que não estão com toda certeza irão para as igrejas, mas os que estão estarão onde é permitido o livre-arbítrio, com toda certeza não haverá a ação de Exu porque a pessoa estará cumprindo o que realmente deveria controlados por pastores, irmãos e a Bíblia, então assim fazendo valer a vontade do Pai para que possamos sermos dignos de seu AMOR.

Assim é Exu, então perceba que ele de forma alguma é ruim e sim age dentro da Lei e faz valer a Lei, a cada um será revelado o que pode entender e se entender tem que ter a humildade de transformar sua vida a famosa reforma intima que tanto nossos irmãos espíritas falam, percebam que esta reforma intima é tida como primordial em qualquer religião, cada uma com sua forma de trazer a seus adeptos as formulas desta reforma intima. Interessante por que será que todas as religiões assim agem? É o movimento é Exu que age em nome de Deus, Exu é a patrulha do bem, Exu é que executa a Lei, não importa a religião ou falta da mesma, lá estará Exu para fazer valer a Lei e pronto.

Exu é do bem e costumo falar que ele é nosso reflexo, tal como um espelho e cada um que se faça refletir-se belo e de boa conduta que Exu irá vibrar positivamente.


Alex de Oxóssi

A Umbanda e a Assistência




           A Umbanda é uma religião de cunho assistencialista.
 Esse fato se fundamenta primeiramente nos ensinamentos 
de Nosso Senhor Jesus Cristo, que em sua infindável 
sabedoria nos ensinou que devemos “Amar a Deus sobre 
todas as coisas e ao próximo
como a nós mesmos” e que devemos fazer aos nossos 
irmãos aquilo que esperamos que seja feito por nós. 
A Umbanda é, assim, 
em primeiro lugar uma religião baseada nos ensinamentos
 cristãos.
           A Umbanda também acredita, como outras religiões, 
que nós, filhos de Deus, estamos em um contínuo movimento
 de evolução. Estamos a todo instante agindo e sofrendo a 
ações que tendem a nos projetar para frente no plano moral 
e no plano espiritual. Assim, como uma forma de nos 
depurarmos de erros passados e de encontrarmos 
engrandecimento espiritual, devemos seguir o caminho da 
humildade, da caridade e do perdão, tentando ajudar irmãos 
a amenizar seus sofrimentos materiais e espirituais, quando 
possível. Não somente nós encarnados, mas também 
espíritos de desencarnados estão envolvidos nesta 
responsabilidade de ajudar aos menos afortunados em um 
ciclo constante onde os mais evoluídos ajudam os menos 
evoluídos a galgarem os degraus da evolução. 
           Nesse aspecto, a Umbanda se baseia não só nos 
ensinamentos cristãos como também as premissas do 
Espiritismo de Allan Kardec. É fato inclusive, que no Brasil, o
 Espiritismo assumiu, com nomes como Bezerra de Menezes 
e Chico Xavier, uma forma mais assistencialista de trabalho 
do que a primitiva matiz científica oriunda da França.
           A Umbanda, finalmente acredita em tronos vibracionais
 ou ainda Orixás, ou ainda Reinos de Energia da Natureza 
cuja divina função é trazer para cada um de nós o equilíbrio 
vibracional, moldando vícios em virtudes, anulando más 
tendências e intensificando as boas qualidades. 

A Assistência em um culto de Umbanda

           Considerando que o assistencialismo é uma das 
facetas da religião Umbanda, chegamos a uma pergunta que
 embora pareça, não é tão fácil de responder. Como a 
assistência se inclui no culto da Umbanda? A caridade em 
uma casa de Umbanda é realizada de muitas formas 
dependendo do funcionamento da casa. Em primeiro lugar
 podemos considerar a caridade que se presta a espíritos 
desencarnados que visitam esse local a fim de encontrar
conforto, orientação e paz.
           Por esse mesmo motivo, algumas casas de Umbanda
 em suas sessões (que é como são chamados os rituais ou 
cultos de Umbanda) compreendem uma preparação especial
 para que sistematicamente ou eventualmente (dependendo
 da sessão e da casa) se possa receber a visita destes 
espíritos e se possa prestar a devida caridade a eles.
           Outro ponto a se considerar, falando de caridade, é o
 que se presta aos próprios filhos de santo da casa
 (conhecidos também, entre outros nomes, como filhos de fé)
 Essas pessoas, em geral médiuns (das mais variadas 
aptidões mediúnicas) podem encontrar na casa, em seus
 irmãos, e nas figuras de chefia, a orientação necessária e a 
força indispensável para lidar com sua espiritualidade, e 
direcioná-la para o bem. 
           Finalmente, as casas de Umbanda também se 
destinam a fazer caridade a uma comunidade de pessoas 
que não pertence ao corpo de trabalho da casa. Nesta 
categoria de assistencialismo, o qual é o principal motivo
 deste texto, costumam se basear a maioria das sessões de 
trabalho das casas de Umbanda.   
           Colocando à parte rituais fechados (como Batismos, 
Festas, Rituais de Limpeza, etc), a grande maioria das
 sessões de Umbanda são abertas à comunidade. Em um
 lugar característico das casas de Umbanda, conhecido como
 assistência, as pessoas da comunidade (ou mesmo pessoas 
que venham de localidades distantes), que não pertencem ao
 corpo de trabalho da casa, observam os cultos ritualísticos 
de uma sessão e se beneficiam dele.
           Assim, as pessoas da assistência são defumadas, e 
após as incorporações dos médiuns, são convidadas a 
adentrar o terreiro para receberem passes e se consultarem 
com as entidades (exus, caboclos, pretos-velhos, crianças, 
mestres do oriente, etc).
Uma pessoa da assistência pode receber caridade de várias
 formas, como: descarga, desobsessão, conselhos sobre 
questões materiais ou espirituais, emanações curativas, etc.

           Outros tipos de serviços à comunidade não 
relacionados estritamente com os cultos da casa podem 
também ser realizadas. Algumas casas de Umbanda 
oferecem, por exemplo, parte ou todo o seu espaço físico 
para realização de palestras ou cursos de interesse da 
comunidade. Também podem ser feitas campanhas de 
arrecadação de recursos (como alimentos ou agasalhos). 
Podem ser ainda oferecidos materiais de estudos sobre a 
religião Umbanda e os seus rituais. Uma questão importante 
discutida em algumas casas de Umbanda sobre as sessões
 fechadas à assistência.
           A Umbanda como já foi dito, tem a missão de 
propagar uma mensagem de amor e caridade. Por isso; 
porque essa mensagem tem que ser propagada, ela não 
pode ficar limitada apenas aos adeptos do culto, ou seja, ao
 corpo mediúnico. A caridade deve ser oferecida a todos 
aqueles que precisam dela.
           Por outro lado, sabemos que uma máquina não pode
 funcionar sem manutenção. Por isso, acredito que às vezes 
é melhor que se façam sessões fechadas (para 
desenvolvimento dos médiuns, limpeza espiritual da casa e
 dos médiuns, etc) para que se possa oferecer uma casa e 
um corpo de trabalho bem preparados, para prestar a 
caridade à assistência em sessões abertas.   

A influência da Umbanda na Assistência e a influência da 
Assistência na Umbanda

           Duas questões polêmicas nas quais as casas de 
Umbanda estão envolvidas sobre a assistência é qual o
 papel de fato da Umbanda na vida das pessoas que 
freqüentam seus rituais e ao mesmo tempo, qual deve ser a
 postura de uma pessoa enquanto participante da assistência
 em um ritual de Umbanda. Estas duas questões, acredito,
 guardam íntima relação entre si.
           A primeira questão tenta descobrir como as pessoas 
que participam de assistências de cultos de Umbanda, vêem 
esses cultos e a própria Umbanda. O que destes cultos e das
 vivências neles apreendidas, elas levam para suas vidas 
quotidianas? Como essas pessoas se definem em termos de 
religião?
           É certo que não podemos generalizar. Assim como em
 qualquer coletividade, também em uma assistência estarão
presentes pessoas com pensamentos, anseios e posturas 
diferentes. Mas a questão que se impõe é se é necessário 
que essas pessoas tenham um mínimo de conhecimento do 
que é a Umbanda e seus cultos. E se realmente precisam 
enxergar a Umbanda como religião e até mesmo como a 
religião delas. 
           Uma premissa muito importante enunciada pela 
Umbanda é que não se deve negar ajuda a ninguém. Assim,
 partindo deste princípio não podemos cobrar de uma pessoa
 que se ela freqüenta os cultos de uma casa de Umbanda, 
ele se declare como Umbandista.
           Sabemos que a Umbanda ainda sofre de muitos 
preconceitos, e que decorrente disso muitas pessoas que 
freqüentam cultos de Umbanda têm medo de serem rotulados
 pejorativamente. Também pela origem multifacetada da 
Umbanda e também pela premissa de ajudar a todos, não 
podemos e nem devemos proibir a participação de irmãos 
oriundos de outros religiões.
           Por outro lado, podemos considerar que a falta de 
identificação pode causar uma falta de compromisso. Por isso
 talvez, sejam tão comuns as queixas sobre pessoas da 
assistência que vão às sessões de Umbanda apenas para 
“pedir coisas” mas não honrem as sessões com comportamen-
tos condizentes com os de uma casa religiosa, ou seja, 
vestem-se de maneira imprópria, conversam em momentos 
inoportunos, entre outras coisas.
           Algumas pessoas apenas visitam uma casa de 
Umbanda quando estão com problemas. Isso significa que 
não fazem da Umbanda uma opção religiosa constante. 
Utilizam as sessões de Umbanda como “fast-food de consulta”
, isto é, quando precisam, vão até lá, pedem o que precisam e
 vão embora abandonando o local até que a próxima 
necessidade os faça regressar.
           Outras há que vão apenas aos dias de festas. Elas 
podem estar encarando a Umbanda como uma bonita 
manifestação da “cultura popular brasileira”, ou seja, uma 
atração turística ou ainda “coisa para inglês ver”. Visitam, 
acham bonito, mas não apreendem o real significado da 
religião praticada ali.
           A outra questão, também de extrema importância, é o 
que a participação da assistência contribui para a sessão. 
Uma assistência participativa tem o mesmo resultado para 
uma sessão do que uma assistência apática? O que é mais 
interessante para a Umbanda, uma assistência ignorante 
sobre os conhecimentos (pelo menos as bases da religião) 
ou uma assistência consciente do que são os rituais 
(como momentos de uma sessão, pontos cantados em cada 
momento, etc) e dos porquês destes rituais.
           Eu penso que essas duas questões estão 
inter-relacionadas porque acho que quanto mais as pessoas
 que compõem uma assistência estão integradas no culto, 
tão mais elas respeitarão este ritual, participando ativamente 
dele, entendendo como e porque devem se comportar a cada
 momento.
           Elas entenderão melhor que a religião não se pratica 
somente dentro dos templos, mas em todo o lugar. 
Elas aprenderão que também elas têm a responsabilidade de
 fazer a caridade e semear a paz e amor ao próximo. 


            (M.S.C. - Um Trabalhador Humilde)

Fonte:http://cethrio.vilabol.uol.com.br

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