Oração Lakota (Sioux)

Oração Lakota (Sioux)

Wakan Tanka, Grande Mistério
Ensina-me a confiar
Em meu coração,
Em minha mente,
Em minha intuição,
Em minha sabedoria interna,
Nos sentidos do meu corpo,
Nas bençãos do meu Espírito,
Ensina-me a confiar nessas coisas
Para que eu possa entrar no meu Espaço Sagrado
E amar muito além do medo
E assim caminhar na beleza
Com o passo do glorioso Sol

Amigos do Blog Xamãs na Umbanda

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Culto a Maria Lionza



A Venezuela tem uma população de 27 milhões de pessoas. Destes, 30% veneram a mítica María Lionza como Deusa da Natureza, encarregada de proporcionar a purificação espiritual e a libertação de sofrimentos físicos.






Tambores ecoam pela noite. Sua uniformidade rítmica
entorpece os sentidos de milhares de pessoas
que vieram de todas as partes da Venezuela. Algumas até vieram dos
Estados Unidos e da Europa para esta região remota
no Noroeste do país. Eles peregrinam até o altar de María Lionza, um deusa popular, governante suprema sobre um séquito de deuses subalternos.





Cerimônia quente 
Quando os seguidores do culto a María Lionza se encontram para sua reunião anual, eles querem expulsar demônios. De acordo com a crença popular, as cerimônias com velas, vinculadas a uma profunda meditação, servem para o expurgo espiritual e a cura física
Contato com os espíritos
Deitada de costas em um círculo mágico de farinha, uma jovem mulher se concentra em um ritual de limpeza espiritual. Até 5.000 pessoas comparecem anualmente à "Dança do Fogo", no sopé do monte Cerro De Sorte. A maioria dos peregrinos é católica, o que não impede que elas e outros tantos milhões de pessoas na Venezuela sigam o culto centenário a María Lionza, a mítica filha de um índio. Não existe uma obra com regras fixas para as práticas da crença. Mesmo a mulher excêntrica com lenço de cabeça que se chama de "Eriças, a Viking" é aceita. Um papel importante é desempenhado pelos estados de transe (embaixo) conduzidos por xamãs, que em muitos círculos culturais são considerados um caminho para a cura espiritual



Ritos marciais suaves 

A cabeça banhada por água; uma faca na boca: entregar-se, como esta menina, a situações ameaçadoras deve ajudar a expulsão de espíritos maus. Mas ninguém sofre danos físicos nesses exorcismos de aspecto marcial. Os adeptos do culto demonstram sua proximidade emocional com María Lionza por meio de guirlandas de flores. Ela também é venerada como governante suprema da natureza. Dizem que ainda mora no Monte Cerro De Sorte, já declarado Parque Nacional. Um expurgo de demônios mais cauteloso é realizado por um grupo de fiéis (embaixo): as pessoas se envolvem em nuvens de talco




Encontro de mundos 

Liberar energias espirituais e trocá-las em um íntimo contato físico, isso ocorre frequentemente na água que, para os fiéis, é um elemento com propriedades purificadoras e curativas. Inclusive para a mulher na cachoeira, que está sendo colocada em um transe por um xamã. O altar improvisado com o copo de plástico é dedicado à negra Francisca, pertencente à "Corte Negra". O império de María Lionza é subdividido em muitos estados cortesãos santos, com numerosas divindades subalternas. A Corte Negra representa as almas dos escravos africanos e da população mulata. A "Corte do Índio" reúne os espíritos de lendários caciques venezuelanos. Simon Bolívar, por exemplo, pertence à "Corte dos Libertadores". Foi quem, no século XVIII, comandou a guerra de libertação contra os espanhóis



A linguagem dos sinais 
Ao longo do caminho para o Monte do Cerro De Sorte, onde se encontra o altar de María Lionza, há muitos santuários como este, de pedra ou madeira. Seus sinais mágicos, de talco ou farinha, evocam os espíritos e devem desviar perigos. Os peregrinos fazem pausas nesses locais e são iniciados pelos guardiões xamãs em um nova etapa de sua viagem espiritual. Enquanto um seguidor se entrega aos deuses em um círculo mágico, outros sopram fumaça de charuto, que deve ter um efeito purificador, sobre ele. Nem sempre os peregrinos recebem permissão para prosseguir sua jornada rumo ao topo da montanha. Dizem que quem continua a subida sem essa autorização se torna vítima da vingança dos espíritos. Na floresta tropical há serpentes venenosas de sobra para deixar que a maldição se concretize


QUIBALLO




 É UM AGLOMERADO de barracões miseráveis e alguns estabelecimentos simples no meio da floresta tropical, aos pés do Monte Cerro de Sorte. Aqui se realiza anualmente, no outono, o Baile de las brasas, a dança sobre brasas vivas, centro dos inúmeros rituais e de cultos orgiásticos. À meia-noite, pessoas que se declaram "sacerdotes" acendem grandes fogueiras, e os mais corajosos entre os peregrinos, em estado de torpor por meio de danças extáticas e cachaça de agave, andam descalços sobre a cama incandescente que se formou no chão. Alguns até enfiam pedacinhos de lenha quente na boca.
A Venezuela tem uma população de 27 milhões de pessoas. Destes, 30% veneram a mítica María Lionza como Deusa da Natureza, encarregada de proporcionar a purificação espiritual e a libertação de sofrimentos físicos. O culto vincula tradições indígenas como elementos do vodu, praticado pelos escravos negros trazidos no passado da África Ocidental. Mas ele só ganhou popularidade na virada do século XIX para o século XX, quando o francês Léon Dénizarth-Hippolyte Rivail perambulou por cidades latino-americanas realizando sessões de transe, desencadeando um novo fascínio pela espiritualidade dos antigos rituais de cura. Originalmente batizada com o nome de María de la Onza (da Onça), María Lionza transformou-se rapidamente em ícone popular. A Igreja Católica da Venezuela reagiu com tolerância e, desde então, a trata como Santa, para incluir o tão apreciado culto, seguido tanto pela população mais simples, como também por artistas e intelectuais.
O centro das cerimônias mágicas é dominado pela cura, espiritual e corporal. Quem se submete aos rituais, une-se ao Cosmos, reúne forças, reconquista seu equilíbrio e se exime do mal. E se livra de dores, razão pela qual a maioria dos dançarinos das brasas não sentem o grave desconforto que elas, teoricamente, deveriam lhes proporcionar. Mesmo após a festa, de volta à labuta cotidiana, muitos sofrimentos físicos parecem desaparecer; as dores crônicas nas costas ou o eterno retorno da enxaqueca. María Lionza, a Deusa da Natureza, parece tê-los ajudado.
Muitas religiões relatam que experiências espirituais têm efeitos físicos. Assim, faquires indianos conseguem se deitar ilesos sobre tábuas cheias de pregos, porque, em exercícios de meditação, treinaram como desassociar a dor de seu corpo físico, ou seja, isolá-la mentalmente. Embora ainda registrem a dor, ela não parece ter mais nada a ver com eles, o que facilita imensamente a tarefa de suportá-la. Mas isso só funciona enquanto o faquir se mantiver imerso no estado meditativo, se pisasse na rua, descalço, em uma tachinha, sua falta de sensibilidade estaria imediatamente liquidada.


A CAPACIDADE DO CONTROLE CONSCIENTE DA DOR está ancorada na camada mais externa do córtex, no chamado córtex pré-frontal. Este, por sua vez, está ligado, entre outros, ao sistema límbico, onde ele controla os sentimentos. Alguns de seus tratos nervosos servem especialmente para chamar a atenção para um evento de dor, principalmente aqueles que vão para o giro cingulado anterior, uma parte da face medial do cérebro, que avalia os impulsos de dor em comparação com outras impressões sensoriais. O transe ou a meditação podem alterar essa avaliação e fazer com que a dor assuma conscientemente um segundo plano.

Até a era moderna, não existiam à disposição analgésicos eficientes, como os que conhecemos hoje. O máximo que havia era uma cachaça e, ocasionalmente, ópio. O éter, como anestésico para cirurgias só foi descoberto em 1846. Por isso, entre os procedimentos mais antigos no combate à dor está o sugestionamento, uma parte integrante das evocações do xamanismo, mas também das orações de cura e saúde. O médico alemão Franz Anton Mesmer (1734-1815), um curandeiro de seu tempo, também se engajou fixamente na luta contra a dor. As ciências naturais tinham acabado de descobrir o magnetismo; portanto, ele mandava que seus pacientes formassem um círculo ao seu redor e ele, no centro como um maestro, os "magnetizava" com uma espécie de cajado de ferro. O fato de as dores desaparecerem nesse procedimento é atribuído à sua força de sugestão. Por isso, Mesmer é considerado o pioneiro da hipnose. Entretanto, esse tipo de terapia só alcançou status médico e psicanalítico moderno através do psiquiatra americano Milton H. Erickson (1902-1980), que elaborou e avaliou diversas técnicas diferentes. Por meio da auto-hipnose ele conseguiu dominar suas próprias dores crônicas que o atormentavam desde um episódio de paralisia infantil.
A hipnose ajuda mais em casos de dores nas extremidades, em que os pacientes simplesmente imaginam expulsá-la do corpo. Em alguns casos, os afetados também aprendem a se dissociar de todo o seu corpo e se perceber, por assim dizer, "do lado de fora". Entre 60 e 90% das pessoas podem ser hipnotizadas com intensidades variáveis. Mas por alguma razão que permanece desconhecida, cerca de 10% resistem a qualquer tentativa de sugestionamento.
ALÉM DA MEDITAÇÃO e da autossugestão, também é possível treinar a suportar dores. Influências culturais, por exemplo, desempenham um papel importante, como foi constatado por pesquisadores que estudaram o povo eipo, uma etnia do oeste da Nova Guiné. Ali, até crianças pequenas suportam a dor sem lágrimas, por exemplo, quando a cartilagem do nariz ou os lóbulos de suas orelhas são perfurados com pauzinhos afiados. Pesquisadores comportamentais consideram isso uma espécie de treinamento cuja meta seria preparar os eipos a suportarem com impassibilidade estoica cargas pesadas, frio, fraturas ósseas e ferimentos quando adultos. Há técnicas por trás dessa capacidade de resistência. Por exemplo: os eipos esfregam urtigas nas partes doloridas do corpo, provocando assim um "dor contrária" mais branda que desvia a atenção do impulso da dor mais forte. Mas a verdade é que eles são impotentes contra dores internas, como inflamações e tumores. Como não desenvolveram um procedimento para lidar com elas, eles sofrem porque não aprenderam a controlá-las.
Na Venezuela, os rituais de purificação devem servir para também expulsar o mal das partes mais íntimas do corpo. Seus adeptos mergulham em transe por meio da ingestão de potentes bebidas alcoólicas e outras drogas, e afirmam que, dessa forma, se transformam em médiuns. Quando os espíritos finalmente se apossam deles, sacerdotes os tratam com cachaça ou fumaça de charuto; ocasionalmente, também flui algum sangue de pequenos ferimentos infligidos propositalmente. Do ponto de vista médico, esses estímulos efetivamente modificam a sensação corporal; assim, também poderiam ter um efeito curativo. Mas os seguidores de María Lionza guardam uma outra certeza: foi a própria deusa que os libertou.




Fonte: a espanhola Cristina Carcía Rodero documentou a festa com a ajuda da fotografia
Revistageo.com.br

Um comentário:

  1. oi Alex tudo bem , eu li sobre os xamãs na umbanda,e é muito legal achar pessoas que também acredita nos xamas,e que eles podem trabalhar na umbanda,eu digo isso porque o preto-velho que trabalho é um xamã,me pediu até um cajado xamãnico para usar como ferramenta de trabalho espiritual.
    Tudo de bom pra você.

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...