Oração Lakota (Sioux)

Oração Lakota (Sioux)

Wakan Tanka, Grande Mistério
Ensina-me a confiar
Em meu coração,
Em minha mente,
Em minha intuição,
Em minha sabedoria interna,
Nos sentidos do meu corpo,
Nas bençãos do meu Espírito,
Ensina-me a confiar nessas coisas
Para que eu possa entrar no meu Espaço Sagrado
E amar muito além do medo
E assim caminhar na beleza
Com o passo do glorioso Sol

Amigos do Blog Xamãs na Umbanda

domingo, 30 de dezembro de 2012

A todos amigos e visitantes deste blog o meu muito obrigado





RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido 
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano 
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, 
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; 
novo 
até no coração das coisas menos percebidas 
(a começar pelo seu interior) 
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, 
mas com ele se come, se passeia, 
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, 
não precisa expedir nem receber mensagens 
(planta recebe mensagens? 
passa telegramas?) 

Não precisa 
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumadas 
nem parvamente acreditar 
que por decreto de esperança 
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações, 
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando 
pelo direito augusto de viver. 

Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome, 
você, meu caro, tem de merecê-lo, 
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente. 
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade


 E é maravilhoso senhor, ter tão pouco a pedir e muito que agradecer.
   

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

SE O HOMEM PENSASSE COMO OS ANIMAIS





Se o homem pensasse como o pássaro...

festejaria cada amanhecer com uma linda canção. 

Se o homem pensasse como o cavalo...

ultrapassaria os obstáculos com classe, firmeza e 

determinação.

Se o homem pensasse como o cão...

faria do amor uma constante troca de carinho, lealdade e 

fidelidade.

Se o homem pensasse como o gato...

teria calma e equilíbrio em qualquer dificuldade.

Se o homem pensasse como a abelha...

constataria que nada se constrói sozinho.

Se o homem pensasse como a formiga...

veria que trabalho e sucesso trilham o mesmo caminho.

Se o homem pensasse como a baleia...

veria a importância do poder da solidariedade.

Se o homem tivesse a pureza e a simplicidade de ser dos 

animais...

a paz mundial deixaria de ser um sonho e seria uma 

realidade.



Filosofia Nativa



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Pai Nosso Indígena



Wacine taiphu clarua 
Pai nosso que esta no céu

Tiana piracini sekre
Venha ao teu reino 

Badzepi piracini taka
Seja feita a tua vontade

Lemolaigo e clarua,
Assim na terra como no céu

Brende-poo no krinkó clarin,clarin,
Gratidão pela comida de cada dia

Proxika wacini jatsamen
Abençoa o nosso povo

Piraci abrera ñago vari waci badze arago no xiurinja
Prende esse mal que no faz errar contra o irmão

Waci taka Piracini yuaka
Queremos o teu amor

No pirara clarin-yá
Para sempre

Vabatzepi
Amém



Fonte.Guardiões De Atinis

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Atabaques, usar ou não usar? Eis a questão...





Há no meio umbandista, muitas divergências quanto ao uso ou não dos atabaques, enquanto alguns optam por utilizar esta ferramenta, outros são estritamente contra.

Mas afinal, é certo ou errado usar atabaques durante as giras mediúnicas? Certo e errado, bem e mal, estas terminologias "extremistas" eu sempre procuro evitar, pois não está de acordo com a realidade, que é complexa e variada, e não preto no branco como muitos ainda teimam em acreditar (contrariando a lógica do mundo que os cerca).

A gira utilizando atabaques não é certa nem errada, é simplesmente diferente da gira que não utiliza, a "movimentação" energética será bem diferente, enquanto a primeira é mais "intensa" a outra é muito mais suave.

Mas então qual será a melhor? Depende, qual é o propósito da gira? Com que tipo de trabalhos os médiuns estão acostumados a lidar? Quais as entidades que se manifestam?

Aqueles umbandistas que vem do espiritismo kardecista, costumam optar por não usar atabaques, pois estão acostumados com o silêncio. Nessa "Umbanda meio espírita", muitas vezes utiliza-se a luz branca nas giras (tipo iluminação de sala de aula), trabalhando no ambiente claro, o que causa estranheza em muitos umbandistas, como eu.

Há aqueles que dizem que o toque do atabaque estimula o chakra básico (sexual) e que por isso não deve ser utilizado em trabalhos espirituais. Segundos eles o atabaque seria inferior a outros instrumentos musicais, como os instrumentos de corda que "vibram" em frequência mais elevada.

Realmente, o toque do atabaque estimula o chakra básico, porém o que muitos não sabem é que isto é comum e mesmo desejado em certos tipos de trabalhos espirituais. Sempre costumo definir a Umbanda como um Xamanismo contemporâneo, ao meu ver é o Xamanismo da nossa Era, por isso irei tratá-la aqui neste texto como tal.

O trabalho xamânico, diferente do trabalho budista, por exemplo, necessita de um mergulho consciente na realidade, intenso, é um caminho oposto ao do monge que "se afasta" da realidade senciente.

Nenhum é superior ou inferior ao outro, melhor ou pior, são somente trabalhos muito diferentes, trilhas diferentes de evolução e trabalho espiritual. Na gira de Umbanda, se lida com energias e se "quebra demandas" que nem no sonho mais dourado do monge seria possível realizar, pelo menos não com a velocidade que nós fazemos. Por outro lado o budismo trabalha "outras questões", como o controle da mente, do corpo, etc.

Para quem prefere e considera superior o guia espiritual de fala mansa e movimentação moderada, saiba que na minha opinião esta é uma idiotice sem tamanho. Alguns guias espirituais, pela linha que atuam e as energias com que trabalham, são muito mais agitados do que outros... a dança, os sons, gestos, estalos, assovios, tudo faz parte de seu "trabalho mágico". Portanto esqueçam as "regras de etiqueta mediúnica" que aprenderam no espiritismo, terreiro não é centro espírita, aqui o trabalho é de pé no chão e ninguém está preocupado com as aparências, só o trabalho a ser realizado é que importa.

Para finalizar o texto, vou registrar o meu gosto pessoal: a meu ver trabalhos de gira sem atabaques acabam perdendo boa parte da "graça", e certamente do "poder" de quebra de algumas demandas. Isso não quer dizer que eu sou contra a Umbanda sem atabaques, somente opto por "bater tambor".

Talvez no final seja mais uma questão de gosto... 

CAMOS

Fonte:soldearuanda.blogspot.com.br

sábado, 8 de dezembro de 2012

Somos responsáveis pela nossa energia







Por Jussara Martins



Hoje recebi esse email do meu Pai de Santo e ameiiiii,


Hoje chamaremos a atenção de vocês para alguns aspectos importantes.
Por mais que existam pessoas desequilibradas e difíceis, nós é que somos responsáveis pela nossa energia e cabe a cada um de nós preservá-la e administrá-la da melhor forma possível. Existem “receitinhas”, orações, banhos, cristais e um arsenal de proteção, que são válidos e
 eficientes até um certo ponto. Só aquele que não assume a responsabilidade por suas venturas e desventuras é que sempre estará vulnerável às energias ao seu redor.

Sabe por que o outro rouba a sua energia?
Porque você deixa a porta aberta!!! E depois ainda diz que a culpa é do outro…

Para ajudar a refletir eis uma listagem de doze atitudes que gastam uma tremenda energia vital.
Desvitalizado e sem proteção fica fácil para qualquer um chegar perto e perturbar seu equilíbrio.
Use esta listagem também para pensar porque a prosperidade às vezes passa longe de você.
A energia que seria usada para atrair o bem, a felicidade, o amor, o dinheiro acaba sendo gasta de forma inadequada. Confira a listagem e veja o que precisa ser modificado em sua vida!


1. A falta de cuidado com o corpo e hábitos errados.

Descanso, boa alimentação, bons banhos, exercícios físicos e o lazer sempre são colocados em segundo plano.
A correria da vida diária e a competitividade das grandes cidades faz com que acabemos negligenciando aspectos básicos para a manutenção de nossa saúde energética.
Quando a saúde física está comprometida, a aura se ressente, ficando menor e menos brilhante, comprometendo nosso sistema de defesa energético.
Os exercícios físicos são sempre úteis por nos ajudar a movimentar e eliminar as energias estáticas.
As pessoas que são dependentes químicos apresentam verdadeiros rombos na aura e isso as predispõe a toda sorte de assédios espirituais e vampirismo energético.


2. Pensamentos obsessivos

Pensar gasta energia e todos nós sabemos disso: ficar remoendo um problema cansa mais do que um dia inteiro de trabalho corporal.
Quem não tem domínio sobre seus pensamentos e esse é, aliás, um mal do homem ocidental, torna-se escravo da mente e acaba gastando muita energia. Pensamos tanto que não sobra vitalidade para tomar uma atitude concreta e, o pior, alimentamos ainda mais o conflito.
Devemos não só estar atentos ao volume de pensamentos, mas também à qualidade deles. Pensamentos positivos, éticos e elevados nos recarregam, ao passo que a negatividade e pessimismo consomem energia e atraem mais negatividade para nossas vidas.
Relaxe e ouça uma música suave, mesmo que seja apenas por alguns poucos minutos. Durante esse tempo sua mente estará descansando.
Quando a mente silencia, permite que sua intuição, seu Eu Superior ou o que você acreditar, converse com você e lhe traga inspiração e criatividade e isso se reverte em mais energia.


3. Sentimentos tóxicos

Se você sofre um choque emocional ou sente uma raiva intensa, pode estar certo, até o final do dia estará simplesmente esgotado energeticamente.
Juntamente com a raiva você queimou altas doses de sua energia pessoal.
Imagine agora um ser que nutre ressentimentos e mágoas, às vezes, durante anos seguidos.
De onde você acha que vem o combustível para alimentar esses sentimentos tão densos? Não é à toa que muitas dessas pessoas ficam estagnadas e não são prósperas, afinal, a energia que alimenta o prazer, o sucesso e a felicidade está sendo gasta na manutenção de sentimentos negativos.

Medo gasta energia, culpa também, já a ansiedade descompassa a vida.
Por outro lado, os sentimentos positivos e elevados, como a amizade, o amor, a confiança, o desprendimento, a solidariedade, a auto-estima e principalmente a alegria e bom humor recarregam nossa energia e nos dão força para empreender projetos e superar obstáculos.


4. Fugir do presente

Onde eu coloco a minha atenção aí coloco a minha energia.
É tendência frequente do ser humano achar que no passado as coisas eram mais fáceis: ‘bons tempos aqueles!'. Tanto os saudosistas, que se apegam aos prazeres do passado, quanto aqueles que não conseguem esquecer os traumas e desatinos de tempos atrás, estão colocando suas energias no passado.
Por outro lado temos os sonhadores ou aqueles que vivem numa eterna expectativa do futuro, depositando nele sua felicidade e realização. Viver no tempo passado ou futuro faz com que sobre pouca ou nenhuma energia no tempo presente. E é somente no presente que você constrói sua vida.
O passado e o futuro dependem unicamente do seu momento presente.
Aquele que vive sempre no tempo errado não tem em mãos uma dose de energia suficiente para se proteger das energias e locais densos.


5. Falta de perdão

Perdoar significa soltar. Soltar ressentimentos, mágoas, culpas. Soltar o que aconteceu e olhar somente para a frente e viver o presente.
Quanto mais perdoamos, menos bagagem interior carregamos e gastamos menos energia alimentando feridas do passado.
Mais do que uma regra religiosa, o perdão é uma atitude inteligente daquele que busca viver bem e quer seus caminhos livres e abertos para a felicidade.
Aquele que não sabe perdoar os outros e a si mesmo, fica ‘energeticamente obeso’, carregando fardos do passado e isso requer muita energia.


6. Mentira pessoal

Todos nós mentimos ao longo de nossas vidas e sabemos quanta energia é gasta posteriormente para sustentar a mentira e, quase sempre, acabamos sendo pegos.
Imagine agora quando ‘você é a mentira’.
Quanta energia gastamos para sustentar caras, poses, desempenhos que não são autênticos!!!
Somos educados para desempenhar papéis e não para sermos nós mesmos.
Quando somos nós mesmos a vida flui e tudo acontece com pouquíssimo esforço.
O mesmo não é válido quando queremos desempenhar um papel que não é o nosso.


7. Viver a vida do outro

Ninguém vive só, através dos relacionamentos interpessoais evoluímos e nos realizamos.
Mas é preciso ter noção de limites e saber amadurecer também nossa individualidade.
Esse equilíbrio que traz senso de limite e respeito por si e pelo espaço do outro nos resguarda energeticamente e nos recarrega.
Quem cuida da vida do outro, interferindo mais do que é recomendável, acaba não tendo energia para construir sua própria vida.
O único prêmio, nesse caso, será a frustração.
Quando interferimos na vida alheia, nos misturamos com o carma negativo do outro e trazemos isso para nossa vida.


8. Bagunça e projetos inacabados

A bagunça afeta de forma muito negativa as pessoas, causando confusão mental e emocional.
Um truque bem legal para os períodos confusos é arrumar a casa, os armários, gavetas, a bolsa, os documentos e tudo o que mereça uma boa faxina.
À medida em que nos organizamos também colocamos em ordem a mente e o coração.

Outra forma bem eficiente de perder energia é não terminar tarefas.
Todas as vezes, por exemplo, que você vê aquela blusa de tricô que não concluiu, ela lhe diz inconscientemente: “você não me terminou! Você não me terminou! E isso gasta uma energia tremenda! Ou você termina definitivamente a blusa ou livre-se dela e assuma que não vai terminá-la. O importante é tomar uma atitude.

O desenvolvimento do auto-conhecimento, da disciplina e da determinação farão com que você não invista em projetos que não serão concluídos e que apenas consumirão tempo e energia.
E lembre-se, bagunça e sujeira são ótimas moradas para energias densas e desarmoniosas.


9. Afastamento da Natureza

A Natureza é nossa maior fonte de alimento energético e, além de nutrir, também nos limpa das energias estáticas e desarmoniosas.
O homem moderno, que habita e trabalha em locais muitas vezes doentios e desequilibrados, vê-se privado dessa fonte maravilhosa de energias.
A competitividade, o individualismo e o estresse agravam esse quadro e favorecem o vampirismo energético, onde todos sugam e são sugados em suas energias vitais.
Procure, sempre que possível, estar junto à Natureza.
Você também pode trazê-la para dentro de sua casa ou local de trabalho. Além de um ótimo recurso decorativo, as plantas humanizam os ambientes, nos acalmam e absorvem as energias negativas e poluentes.


10. Preguiça, negligência

E falta de objetivos na vida.
Esse ítem não requer muitas explicações: negligência com a sua vida denota também negligência com seus dons e potenciais e, principalmente, com sua energia vital.
Aquilo do que você não cuida, alguém vem e leva embora.
O resultado: mais preguiça, moleza, sono….


11. Fanatismo

Passa um ventinho: “Ai meu Deus!!!! Tem energia ruim aqui!!!” Alguém olha para você: “Oh! Céus, ela está morrendo de inveja de mim!!!”
Enfim, tudo é espírito ruim, tudo é energia do mal, tudo é coisa do outro mundo.
Essas pessoas fanáticas e sugestionáveis também adoram seguir “mestres e gurus” e depositar neles a responsabilidade por seu destino e felicidade.
É fácil manipular gente assim e não só em termos de energia, também em relação à conta bancária!


12. Falta de aceitação

Pessoas revoltadas com a vida e consigo mesmas, que não aceitam suas vidas como elas são, que rejeitam e fazem pouco caso daquilo que têm.
Esses indivíduos vivem em constante conflito e fora do seu eixo. E, por não valorizarem e não tomarem posse dos seus tesouros – porque todos nós temos dádivas – são facilmente ‘roubáveis’.
O importante é aprender a aceitar e agradecer tudo o que temos (não confundir com acomodação).
Quando você agradece e aceita fica em estado vibracional tão positivo que a intuição e a criatividade são despertadas. Surgem, então, as possibilidades de transformar a vida para melhor!!!








Um ótimo fim de semana a todos.






segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Afinal, quem são os pretos velhos?!




      "São espíritos que venceram a horizontalidade dos fáceis apelos do mundo profano materialista, adotando a verticalidade que o esforço próprio impõe, para alcançar o cume da montanha celestial que a suprema sabedoria à luz do cosmo, propugnada no Evangelho de Jesus, vos reserva."

      Qual a forma espiritual que mais se apresenta no Brasil de intenso mediunismo? 
       Se existe uma forma espiritual que comparece praticamente em todas as  frentes de manifestações mediúnicas de vossa pátria, sem dúvida é a figura do preto velho.
       Aqui ele conforta o aflito com seu rosário na mão, lá com suas benzeduras renova as forças dos desenganados pela medicina, ali acalma o marido traído querendo se vingar da esposa, lembrando-o de Jesus e de seu exemplo diante da mulher adúltera, acolá “expulsa” um obsessor com suas cachimbadas e em prece reforça a necessidade de perdão para a verdadeira libertação. Seja no centro espírita, no terreiro de umbanda, no grupo de apometria ou no barracão das “nações” (1), sempre tem um preto velho trazendo seus ensinamentos e sabedoria milenar. Para ele, não importa a denominação da agremiação terrena e sim a oportunidade de levar a mensagem evangelizadora de Jesus.

(1) “Nação” – leia-se nação africana – é uma denominação usual de terreiros de candomblé e assemelhados, no Sul do Brasil, notadamente no RS.

      Mas afinal, quem são os pretos velhos?
      Em nossas singelas opiniões, os pretos velhos são arautos do Cristo-Jesus, bandeirantes da Boa Nova, exímios pedagogos do Evangelho e preparados psicólogos das almas, atuando em todas as latitudes do mediunismo na Terra a favor da redenção e despertamento crístico da coletividade e dos espíritos humanizados retidos no ciclo retificativo das reencarnações sucessivas, do qual eles,  em sua grande maioria, já se libertaram.


      Qual o motivo que o Alto se utiliza da figura mítica de ex-escravo?
      A figura de ex-escravo, de velho “feiticeiro” negro, está por demais impregnada no inconsciente coletivo brasileiro. O Alto utiliza-se disso e desses espíritos conhecedores de rezas e de encantamentos poderosos, capazes de realizar “milagres”, como um arquétipo perfeito, um ponto focal de atração para milhares de espíritos encarnados e desencarnados, levando junto com essa pedagogia os conteúdos do tratado cósmico de libertação que é o Evangelho. Assim como a videira conduz a seiva aos ramos, os pretos velhos catalisam os ensinamentos do Evangelho e os que procuram os seus “serviços” são amorosamente transportados para a Boa Nova e guiados a realizarem em si a “milagrosa” transformação interna, libertadora, contida nos ensinamentos do Novo Testamento deixado por Jesus.

       Qual a finalidade principal destes espíritos assumirem a forma perispiritual de um pai velho negro?
       Esses espíritos, preparados, amadurecidos no tempo e no espaço ao longo de centenas de milhares de encarnações, assumem a forma perispiritual de um pai velho negro, com o intuito de orientar e ensinar os reais valores da verdadeira vida. Sabedoria, simplicidade, humildade, caridade, evolução, seriedade, paciência, calma e ponderação são qualidades, atributos psicológicos que vos remetem ao ancião, sábio e profundo conhecedor dos mistérios do espírito.

       Mas, verdadeiramente, quem são este espíritos?
       Verdadeiramente, são vossos irmãos mais velhos na senda evolutiva, que com suas experiências reencarnatórias vivenciaram todas as diversidades e adversidades possíveis no plano da materialidade. Venceram a horizontalidade dos fáceis apelos do mundo profano materialista, adotando a verticalidade que o esforço próprio impõe, para alcançar o cume da montanha celestial que a suprema sabedoria à luz do cosmo, propugnada no Evangelho de Jesus, vos reserva.



             TEXTO: Fragmentos do preâmbulo de Pai Tomé e Ramatís.
             Do livro AOS PÉS DO PRETO VELHO.
Editora do Conhecimento.
Fonte:www.triangulodafraternidade.com

domingo, 4 de novembro de 2012

Preto Velho






Sou preto. Negro como a noite sem estrelas.
Sou velho. Velho como as vidas de meus irmãos.

Mas se sou ainda negro, é porque trago em mim as marcas do tempo, as marcas do Cristo. Essas marcas são as estrelas de minha alma, de minha vida.
Sou negro. Mas a brancura do linho se estampa na simplicidade do meu olhar, que tenta ver apenas o lado bonito da vida.
Sou velho, sim. Mas é na experiência da vida que se adquire a verdadeira sabedoria, aquela que vem do Alto. Sou velho. Velho no falar; velho na mensagem, velho nas tentativas de acertar.
A minha força, eu a construí na vida, na dor, no sofrimento. Não no sofrimento como alguns entendem, mas naquele decorrente das lutas, das dificuldades do caminho, da força empreendida na subida.
A força da vida se estrutura nas vivências. É à medida que construímos nossa experiência que essa força se apodera de nós, nos envolve e nós então nos saturamos dela. É a força e a coragem de ser você mesmo, do não se acovardar diante das lutas, de continuar tentando.
Sou forte.
Mas quando me deixo encher de pretensões, então eu descubro que sou fraco. Quando aprendo a sair de mim mesmo e ir em direção ao próximo, aí eu sei que me fortaleço.
Sou andarilho.
Eu sou preto, sou velho, sou humano. Sou como você, sou espírito. Sou errante, aprendiz de mim mesmo.
Na estrada da vida, aprendi que até hoje, e possivelmente para sempre, serei apenas o aprendiz da vida.
Pelas estradas da vida eu corro, eu ando.
Tudo isso para aprender que, como você, eu sou um cidadão do universo, viajor do mundo. Sou um semeador da paz.
Sou preto, sou velho, sou espírito.

Pai João de Aruanda (psicografia de Robson Pinheiro em seu livro Sabedoria de Preto Velho - ed. Casa dos Espíritos)
textosparareflexao.blogspot.com

sábado, 27 de outubro de 2012

A SUAVE LUZ DO TERREIRO DE UMBANDA





Soa a campainha três vezes, chamando os médiuns. É hora de mais um encontro sagrado com os Orixás.

Encaminhando-se lentamente em direção ao terreiro, já se sente o aroma das ervas queimadas, e os cânticos de quem vai cruzando o templo com os defumadores.

Cada um vai se concentrando, guias de variadas cores na mão, já sentindo as vibrações no plexo esplênico, sintonizando-se com as vibrações das entidades protetoras da casa. Os atabaques começam a tocar, e cada um passa cantando pelo defumador na entrada, sensação boa de irmandade com aqueles que defumam cada filho de santo e depois toda a assistência, preparando para mais uma noite de trabalhos espirituais.

Ao pisar no espaço abençoado, o pensamento de cumprir mais uma missão, permeando todo o corpo com os fluidos magnéticos que impregnam o ambiente, e que circulam sob as batidas persistentes, sob as vozes uníssonas.

Chega-se ao congá, pedindo proteção aos chefes espirituais, às entidades que participam das egrégoras do terreiro, e em muda prece, faz-se a oração de alma, pedindo proteção por mais esta noite, batendo cabeça para cada orixá ali presente e sobretudo, á Oxalá, que através da imagem ali presente, parece olhar cada um, enchendo de ânimo, Amor e Fé.

Enfim, o médium conseguiu ali chegar, lutando contra o cansaço, a fome, os percalços do dia, seus problemas pessoais, seus embate e vivências. Conseguiu combater o desânimo, a preguiça, e toda uma série de contratempos que parecem lhe afastar da meta. Mas ali está, nada mais importa, agora é o tempo dos caboclos, dos pretos velhos, e de todas as falanges que lhes seguem, compondo o círculo sagrado das emanações da Luz Divina.

Ao início dos trabalhos, sempre cantando, o corpo acordando para as danças ancestrais, pede-se proteção ao anjo da guarda na missão abençoada, e todos se prostram para mais uma gira, reverenciando humildemente todas as evocações do chefe espiritual da casa, já incorporado no Babalorixá, comandando com a firmeza de sempre, mostrando sua Força ao manter tudo na mais perfeita harmonia, mesmo entre tantas emanações que reverberam em toda parte, incluindo a assistência, de onde vem angústias, dores e empecilhos.

Os caboclos chegam girando, cortando as demandas, quebrando grilhões com seus gritos, que cortam o ar, em mais vibrações que são como raios que dispersam toda dor, toda aflição.

Desfilam os caboclos de Oxóssi, trazendo o frescor das matas, o Prana vital da Natureza. Os caboclos de Ogum perfilam-se em harmonia, guerreiros incansáveis da Paz. E os atabaques contam as façanhas de Xangô, e o terreiro se enche de caboclos que trazem das pedreiras a Magia, a Luz, a energia que tudo equilibra.

A gira prossegue, e agora são os pretos velhos que se aproximam, com seu passo lento e olhar sereno, procuram seus cavalos, seus banquinhos, seus cachimbos, pembas e mandingas, e começam suas consultas. Sem pressa alguma, acolhem cada filho, lhes dão passes, e palavras de alento. Aconselham, contam histórias, trabalham com seus cambones, de maneira calma e ininterrupta, dando assistência a todo e qualquer apelo, corrigindo os pensamentos sem uma palavra rude, mostrando os caminhos, sem interferir nos arbítrios, ao mesmo tempo que em silêncio, vão limpando as auras, curando dores, atuando muito mais do que falam, pois são os mais sábios.

A madrugada se aproxima, é preciso terminar os trabalhos. Vão-se os pretos velhos em suas manifestações, para se colocarem ao lado de seus médiuns, junto de todos os outros guias espirituais.

Todos se ajoelham novamente, agradecem por mais uma oportunidade de trabalho edificante, cada um com seus próprios anseios apaziguados. Além do cansaço físico, sentem-se renovados em energia, pois o maior alimento é a Caridade prestada.

As luzes voltam a clarear com força, trazendo cada um ao plano terreno. É o momento de todos se confraternizarem com abraços e sorrisos, enquanto se reúnem mais uma vez, para bater a cabeça diante o congá, imantado das poderosas forças que lhe habitam. Cada um cumprimenta o Babalorixá e prepara-se para a volta para casa. Muitos, levarão horas para chegarem em seus destinos.

E,enquanto isso, no terreiro, nesse momento iluminado apenas com as luzes das velas, ainda ficará muitas horas fervilhando com a espiritualidade ali presente, até que todos os pedidos sejam auxiliados, todos os nós desatados, todas as demandas desmanchadas.

Suave Luz do terreiro de Umbanda, que permanece mostrando a presença da Senhora Velada, a infinita Sabedoria traduzida em Paz, Amor, Perdão, Serenidade e Equilíbrio, a verdadeira Jornada.

Salve Umbanda querida! Salve Orixás Benditos! Que sua Luz sempre brilhe sobre nós, que estamos na Busca.! Obrigado pelos caminhos, obrigado pelas lições, obrigado por ter-nos permitido vê-la, e em ti vivê-la!



Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ
Fonte:http://povodearuanda.wordpress.com

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Fundamentos de cantar, bater palmas e tocar Atabaques na Umbanda




Newton Carlos Marcellino

Para tentar explicar como se dá a comunicação entre os planos espiritual e material, grosseiramente, podemos imaginar essa comunicação através de freqüências.
O rádio, a TV, o celular são exemplos. Estes aparelhos emitem freqüências de um ponto, o transmissor, até outro ponto, o receptor. As freqüências não se cruzam porque uma é mais forte do que a outra. O receptor recebe apenas a freqüência na qual está programado.
Analogamente, se imaginarmos que nossos pensamentos são como freqüências e as vibrações emitidas pelos espíritos também são freqüências, podemos dizer que são essas freqüências que ligam espíritos e matéria, onde conseguimos nos conectar com os espíritos de acordo com nossos pensamentos e atitudes, logo, pensamentos baixos atraem espíritos de camadas mais inferiores do plano espiritual, e pensamentos mais elevados, atraem espíritos mais elevados.
Quando nos dirigimos ao terreiro, dependendo de como foi nosso dia, nossa semana, nós estamos vibrando numa freqüência tal que pode interferir nos trabalhos, ajudando ou atrapalhando. Um dia vivido em torno de brigas e discussões, alimentação pesada, pensamentos voltados para o ódio, má conduta, etc, deixam a freqüência muito baixa, atraindo espíritos que vibram numa esfera mais baixa, e isso faz com que o trabalho seja prejudicado. Um dia bem vivido, trabalhado e participativo nas coisas particulares, uma boa alimentação, bons pensamentos, preparação mental para a gira, faz com que nossa freqüência fique mais elevada, atraindo espíritos de esferas mais elevadas.
Para que os trabalhos não sofram variações excessivas de freqüências, para que se evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é de cantar e bater palmas.
Como funciona?
Ao final de um espetáculo, um show, um discurso, normalmente as pessoas batem palmas para demonstrar àquele que se apresentou o agradecimento, por compartilhar aqueles minutos de entretenimento ou aprendizado. Se as palmas se estenderem por vários segundos, aos poucos elas vão entrando num ritmo e muito rapidamente todas as pessoas batem palmas no mesmo ritmo e, junto com essa sonorização, algo começa a acontecer: as pessoas começam a se sentir mais alegres, com vontade de rir, ou seja, as pessoas ali envolvidas começam a vibrar numa mesma freqüência, e inconscientemente, todas estão fazendo as mesmas coisas que as outras pessoas estão fazendo.
Já com o canto, logo de início, todos começam a cantar juntos, e isso faz com que a vibração das pessoas se equalize mais rapidamente.
Quanto mais cantamos, mais batemos palmas, mais rapidamente elevamos o nível de freqüência das pessoas, fazendo com que, momentaneamente, os problemas, a baixa auto-estima, as preocupações, sejam esquecidos, pois todos começam a prestar atenção no trabalho que está sendo realizado e isso ainda ajuda a absorver as informações que estão sendo passadas.
Com a freqüência estabilizada, os espíritos conseguem se aproximar mais facilmente de nós, permitindo assim que o trabalho transcorra com mais facilidade e de acordo com o pretendido pelos planos espiritual e material.
Para acelerar mais ainda o processo, usa-se o atabaque, pois o som emitido pelo atabaque ajuda a igualar o ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, fazendo com que, por exemplo, para quem chega muito afobado, o ritmo cardíaco é normalizado, diminuindo a afobação, ou para quem chega muito para baixo, com o aumento do ritmo cardíaco, ajuda na elevação da auto-estima. Com base nisso, por estarmos cantando e batendo palmas, além de estarmos mudando nossa freqüência, também estamos praticando caridade, por já estar ajudando outras pessoas.
Com todos participando, batendo palmas e cantando, o clima do terreiro já fica muito melhor, pois todos estão ajudando, focados num mesmo objetivo.
No plano espiritual, os guias preparados para o trabalho, aguardam nossa vibração equilibrar-se com a vibração deles, e assim que nossas freqüências começam a se igualar, eles se aproximam e iniciam o processo de incorporação.
Quando começamos a cantar os pontos dos guias que trabalharão na gira, estamos dizendo para os guias que já estamos prontos e podemos começar a incorporar.
Normalmente, no processo de incorporação, os guias cantam, muitas vezes para si, para que seja mais fácil ainda, e no caso de um guia estar trabalhando no desenvolvimento de um cambono, o guia canta para o cambono ouvir o ponto e elevar sua freqüência para facilitar a incorporação.
Cantamos pontos para ajudar a desincorporação, facilitando assim a “subida” dos guias que levam com eles todo e qualquer tipo de fluído ou influência que possa atrapalhar o médium.
Os pontos cantados trazem mais energia do que podemos imaginar. Quando feitos pelos guias, são conhecidos como “pontos de raiz” e as palavras não podem ser mudadas, pois toda a mironga feita pelo guia está nas disposições das palavras. Quando feita pelo homem, as palavras podem ser mudadas e adaptadas para que fiquem bem arranjadas.
Se prestarmos atenção, alguns pontos parecem não fazer sentido, mas quando cantados, no ritmo certo, acabamos fazendo as mirongas que estão escondidas nos pontos. É por isso que alguns pontos possuem palavras conjugadas de maneira errada ou em tom bem caipira, pois essas palavras foram inseridas nos pontos propositalmente, para poder servir como “palavras mágicas” a serem proferidas por todos, ou seja, os sons que essas palavras produzem é que produzem os efeitos requeridos.
Alguns pontos, quando entoados, podem afastar diversos males, como espíritos obsessores ou pessoas que tentam derrubar o terreiro.
Há pontos de saudação, para defumação, para firmeza, para afastar quiumbas, para descarrego, para despedida, para provocação, para cruzamento de linhas, para cruzamento de falanges, etc. Cada um deve ser cantado de acordo com sua finalidade para o bom andamento do trabalho.
Alguns pontos devem ser evitados cantar tanto dentro do terreiro quanto em nossas casas, pois eles podem atrair maus espíritos. Pontos que falam muito de cemitério, morte, ou qualquer tipo de bestialidade devem ser evitados.
Os atabaques não são simplesmente caixas de madeira com um couro para se batucar, eles são preparados e energizados para o trabalho logo que são trazidos para o terreiro.
Ao ser entregue no terreiro, primeiro é trocado o couro que vem com o atabaque, para eliminar os fluídos de “comércio” que foram depositados sobre ele na loja que o comercializa; depois, são feitos os primeiros preparos de limpeza do atabaque; em seguida, o guia chefe da casa cruza o atabaque iniciando o processo de mironga que será depositada sobre o atabaque. São colocados patuás de acordo com o guia que será o “dono” do atabaque e são feitas rezas sobre ele para fortalecer a energização.
O ogan chefe, ou atabaqueiro chefe, pede forças e energia para o guia, dono do atabaque, para que sejam depositados os fluídos necessários no couro, e toca o atabaque pela primeira vez para que sejam abertas as forças que regerão o atabaque. Em seguida o atabaque é entregue ao ogan que tocará o atabaque nos trabalhos.
Normalmente em um terreiro, os atabaques são múltiplos de três, mas são os guias que definem o número correto a ser utilizado nos trabalhos. O maior dos atabaques é o Rum, destinado ao guia que rege a casa; o segundo, é o Rumpi, destinado ao segundo guia que rege a casa ou ao guia que rege a coroa do pai ou mãe-de-santo fundadores do terreiro; o terceiro, e o menor deles, é o Lé, muitas vezes destinado à Exu ou a um guia homenageado pela casa. As ordens dos donos de cada atabaque são definidas pelos guias que regem o terreiro, podendo eles alterar essa disposição.
O Rum é sempre tocado pelo ogan chefe e só poderá ser tocado por outro ogan
desde que o ogan chefe permita. Ele, o Rum, serve para dar os primeiros toques nos pontos, repicar e conduzir os trabalhos. O Rumpi é tocado pelo segundo ogan, dando o ritmo do toque e mantendo a harmonia. O Lé é tocado pelo ogan iniciante, que ainda está em processo de aprendizado, seguindo sempre os toques do Rumpi.
Se um ogan de outro terreiro visitar a casa, este deve pedir autorização ao guia chefe para poder tocar o atabaque, e deverá ter permissão do ogan chefe para tocar o atabaque, que lhe direcionará ao atabaque próprio para receber um convidado (normalmente não é permitido ao convidado tocar no Rum).
Em terreiros tradicionais e candomblés, o ogan chefe sempre é considerado o detentor do conhecimento sobre as giras, assumindo sempre sete anos a mais de experiência sobre o pai ou mãe-de-santo. Isso se deve ao fato de que o ogan conhece todos os preparos para as giras, e é quem conduz a energia de sustentação dos trabalhos.
Os guias normalmente indicam os futuros iniciantes ao ofício de ogan, mas cabe ao ogan chefe permitir a entrada e designar o atabaque para o iniciante.
Um ogan mal intencionado pode derrubar uma gira apenas tocando o atabaque, e muitas vezes, consegue derrubar todo o terreiro. Para que se evitem problemas, há pontos chamados de provocação, onde o ogan do terreiro tenta quebrar as forças do ogan mal intencionado entoando pontos de quebra de forças e demanda.
Cada ogan tem sua função nas giras, além de tocar os atabaques e facilitar a corrente de energias. Um dos ogans, sempre volta sua atenção ao que acontece dentro do congá, mantendo o trabalho em equilíbrio e de acordo com as orientações do guia chefe; outro ogan tem sua atenção voltada à assistência, onde fica atento sobre possíveis problemas ou olhares de pessoas mal intencionadas; o terceiro ogan presta atenção de uma maneira geral, auxiliando os outros ogans.
Alguns terreiros de candomblé não permitem que mulheres sejam ogans alegando, segundo Mattos “(…) que elas não poderiam usar os instrumentos sagrados
por ficarem de pajé (menstruadas)” (pg. 93). Ainda citando Mattos, “(…) porém, naumbanda, um indivíduo feminino tem totais condições de ser uma atabaqueira, sem problema algum. Se considerarmos que os Ogãs tem um poder divino, uma faculdade mediúnica musical, esta não vem com o gênero, e sim com o espírito e este por ter origem na essência divina, não tem sexo” (pg. 93).
Há outros instrumentos que são usados nos trabalhos para auxiliar os toques dos atabaques, como o agogo, chocalho, triângulo, pandeiro, berimbau, etc.
É importante que os filhos da corrente e a assistência participem das giras cantando e batendo palmas, pois sem essa união de forças dificultam o bom andamento do trabalho. Se não sabe o ponto, bata palmas, mas principalmente, preste atenção nos pontos, pois normalmente eles são curtos e repetitivos, fáceis de aprender. Para os pontos mais longos, que quase não se repetem, ou mesmo para aqueles pontos que são cantados em giras especiais, como de ciganos, marinheiros ou boiadeiros, os terreiros muitas vezes deixam disponíveis pastas com os pontos escritos, e em alguns casos, as pessoas se reúnem antes das giras para cantarem os pontos e aprenderem aqueles que não sabem.
Não é vergonha não saber os pontos, vergonha é não participar, não ajudar a cantar ou bater palmas, assim como achar que não tem voz boa pra cantar e por isso não cantar.
Cantar ajuda a todos, aos guias, aos médiuns, aos cambonos, a assistência, a afastar maus espíritos, más influências, miasmas no plano astral, energias negativas, e atrai sempre bons fluídos, boas energias e boas vibrações.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Antes de Acender uma Vela! Leia Isso!





Instruções Gerais de Conduta Moral, Espiritual e Física dos Médiuns de Umbanda:

 • Manter dentro e fora do Centro, isto é, na sua vida religiosa ou particular, conduta irrepreensível, de modo a não ser alvo de críticas, pois qualquer deslize neste sentido irá refletir no Templo e mesmo na Umbanda de forma geral.

• Procurar instruir-se nos assuntos espirituais elevados, lendo os livros indicados pela Direção do Templo, bem como assistindo palestras e participando dos estudos.

• Conserve sua saúde psíquica, vigiando constantemente o aspecto moral.

• Não alimente vibrações negativas de ódio, rancor, inveja, ciúme, etc.

• Não fale mal de ninguém, pois não é juiz, e via de regra, não se pode chegar às causas pelo aspecto grosseiro dos efeitos.

• Não julgue que o seu guia ou protetor é o mais forte, o mais sabido, muito mais "tudo" do que o de seu irmão, aparelho também.

• Não viva querendo impor seus dons mediúnicos, comentando, insistentemente, os feitos do seu guia ou protetor. Tudo isso pode ser bem problemático e não se esqueça de que você pode ser testado por outrem e toda a sua conversa vaidosa ruir fragorosamente.

• Dê paz ao seu protetor, no astral, deixando de falar tanto no seu nome. Assim você está se fanatizando e aborrecendo a Entidade, pois, fique sabendo, ele, o Protetor, se tiver mesmo "ordens e direito de trabalho" sobre você, tem ordens amplas e pode discipliná-lo, cassando-lhe as ligações mediúnicas; e mesmo infringindo-lhe castigos materiais, orgânicos, financeiros e etc.

• Quando for para ao rito, não vá aborrecido e quando lá chegar, não procure conversas fúteis. Recolha-se a seus pensamentos de fé, de paz e, sobretudo, de caridade pura, para com o próximo.

• Lembre-se sempre de que sendo você um médium considerado pronto ou desenvolvido, é de sua conveniência tomar banhos propícios determinado por sua entidade. Se for médium em desenvolvimento, procure saber quais os banhos e defumadores mais indicados, o que será dado pela Direção do Templo.

• Não use "guias"(colares) de qualquer natureza sem ordem comprovada de sua entidade protetora responsável direta e testada no Templo, ou então, somente por indicação do médium chefe, se for pessoa reconhecidamente capacitada.

• Não se preocupe em saber o nome do seu protetor (tentar adivinhar) antes que ele julgue necessário. É muito importante para você, não tentar reproduzir, de maneira alguma quaisquer gestos ou pontos riscados.

• Não mantenha convivência com pessoas más, invejosas, maldizentes, etc. Isso é importante para o equilíbrio de sua aura, dos seus próprios pensamentos. Tolerar a ignorância não é partilhar dela.

• Acostume-se a fazer todo o bem que puder, sem visar recompensa ou agradecimentos.

• Tenha ânimo forte, através de qualquer prova ou sofrimento, confie e espere.

• Faça “recolhimentos” diários, a fim de meditar sobre suas ações, pelo menos por 30 minutos.

•  Lembre-se de que todos nós erramos, pois o erro é da condição humana e, portanto ligado à dor, a sofrimentos vários e conseqüentemente, às lições com suas experiências... Sem dor, sofrimentos, lições, experiência, não há carma, não há humanização nem polimento íntimo. O importante é que não erre mais, ou melhor, que não caia nos mesmos erros. Passe uma esponja no passado, erga a cabeça e procure a senda da reabilitação: para isso, "mate" a sua vaidade e não se importe, de maneira alguma, com o que os outros disserem ou pensarem a seu respeito. Faça tudo para ser tolerante, compreensivo, humilde, pois assim só poderão dizer boas coisas de você.

• Zele por sua saúde física com uma alimentação racional e equilibrada.

• Não abuse de carnes vermelhas, fumo ou quaisquer excitantes.  

• No dia de rito, regule a sua alimentação e faça tudo para se encaminhar aos trabalhos espirituais, LIMPO DE CORPO E ESPÍRITO.

• De véspera e após a sessão, não tenha contato sexual.

• Tenha sempre em mente que, para qualquer pessoa, especialmente o médium, os bons espíritos somente assistem com precisão, se verificarem uma boa dose de HUMILDADE ou simplicidade NO CORAÇÃO (e não só nas palavras)

• A VAIDADE, O ORGULHO E O EGOÍSMO CAVAM O TÚMULO DO MÉDIUM.

• Aprenda lentamente a orar confiando em JESUS, o regente do planeta Terra. Cumpra as ordens ou conselhos de seu protetor. Ele é seu grande e talvez único amigo de fato e quer a sua felicidade.

• Seja pontual e não faltar aos ritos que tiver em seu terreiro.

• Mantenha um bom relacionamento com seus irmãos de fé evitando fofocas, dissabores e conversas improdutivas e invejosas.


Material retirado do livro Lições Básicas de Umbanda (Rivas Neto)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Paz Íntima




Autor: Victor Hugo (espírito)

“Para que uma conduta pacifista se estabeleça e
predomine no homem, faz-se necessária uma
vontade forte que promova a revolução interior,
em violência contra si mesmo, através da revisão
e reestruturação dos conceitos sobre a vida,
assumindo uma posição de princípios definidos,
sem titubeios nem ambigüidades escapistas.

Tomada essa conduta, a marcha se faz amena,
porque o homem passa a considerar todos os
sucessos do ponto de vista espiritual, isto é, da
transitoriedade da existência corporal e da
perenidade do Espírito.

Desse modo, muda a paisagem dos fenômenos
humanos que, efeitos de causas profundas,
devem ser examinados e corrigidos nas suas
gêneses, antes que mediante a irrupção de novos
incidentes, em razão das reações tomadas contra
os mesmos.

Agir com lucidez ao invés de reagir pela força, é
a conduta certa, porque procedente da razão,
antes que decorrente do instinto-paixão
dissolvente.

Não há outra alternativa para o ser inteligente,
senão o uso da razão em todo momento e em
qualquer ocorrência nas quais seja colhido.

A sua reação não pode ultrapassar o limite do
equilíbrio, sustando o golpe que lhe foi desferido
ou o amortecendo no algodão da misericórdia em
favor de quem lho aplicou...

Mediante esse processo, ruem as barreiras da
intolerância, e do ódio; acabam-se as distâncias
impeditivas à fraternidade; apagam-se as
mágoas; diluem-se os rancores, porque ninguém
logra vencer aquele que a si próprio já se venceu.

Os ultrajes não o afetam; as agressões não o
intimidam; a morte não o atemoriza, porque ele
é livre, portador de uma liberdade que algema
nenhuma escraviza ou aprisiona, nem cárcere
algum limita...

É, portanto, imbatível, terminando por fazer-se
amado, mártir dos ideais e das aspirações de
todos. Pronto!”

Psicografia de Divaldo Franco.
Livro Árdua Ascensão

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Limpar a Mente



Autor: Miramez (espírito)

Os bons costumes tornam a mente límpida e clareiam o verbo, enriquecendo-o, para que os ouvintes sejam estimulados ao exercício do bem eterno. A poluição mental turva a consciência e conturba o raciocínio, deixando a alma trôpega no vaso da carne. O homem civilizado não tem o costume diário de higienizar o corpo? Pois a mente, na verdade, tem grande necessidade de limpeza, tanto quanto o corpo, por ser o centro da vida que comanda todo a massa somática.

E esse trabalho começa como a chuva: divide-se em bilhões de gotículas, mas farta a humanidade e a natureza, limpa a atmosfera e destampa as minúsculas aberturas das árvores, de onde promana o oxigênio puro, no vigor da própria existência. Assim, a chuva, para a mente, há de surgir nessas mesmas proporções: bilhões ou trilhões de pequenos esforços, somando uma torrente de energias vivas, conduzindo todo o entulho da consciência por canais apropriados. E a pureza do raciocínio faz nascer um clima enriquecido para as belezas imortais do amor, da alegria e da fraternidade. Sugestiona o ser à procura de Deus e a obedecer às leis.

A castidade mental é obra de grande importância para a nossa supremacia espiritual, sem as sutilezas da arrogância e as manobras do orgulho. Devemos nos esforçar todos os dias, a partir do momento em que nos alistamos no exército do Cristo. Como espíritos, mesmo no mundo, mas à procura da luz, compreendamos, na urgência das nossas necessidades, que renovação é tema central da alma - ovelha que reconhece o pastor, atendendo os seus magnânimos convites, pela inteligência e pelo coração.

A elegância dos pensamentos ajusta o meio ambiente em que viveis, para chamados fraternos e para uma conversação sadia, desamarrando do núcleo da vida, a expressão do amor, de modo a participar, na mesma freqüência, a razão. Para que tudo isso se faça, o esforço próprio é imprescindível, dia a dia. A auto-educação haverá de se processar passo a passo, e a vigilância deve arregimentar todas as forças possíveis nessa imensurável batalha que somente termina na pureza espiritual, para começar outros labores, em escalas que escapam ao raciocínio humano.

A vida é um turbilhão de vidas sucessivas, que se associam por lei de esforços e de obediências correlatas. No homem, o começo do sofrimento é princípio de maturidade. É, pois, a força do progresso atingindo a sua farda física, para que o corpo espiritual se atualize nas necessidades maiores. Os grandes golpes na alma clareiam seu caminho para certas mudanças na arte de viver melhor.

Escrevemos para todos, é certo. No entanto, endereçamos nossas mensagens, com mais intimidade, aos despertos, aos companheiros conscientes dos seus deveres ante a escalada do Mestre. Se começais hoje a vos renovar na vida que levais, amanhã sereis torturados impiedosamente pelas forças contrárias, donde resulta a desistência de muitos estudantes da verdade, por ignorarem que o ataque, a maledicência, a injúria, o desprezo são outras tantas forças do bem, revestidas aparentemente de inimigos. Todavia, o que Jesus disse nos conforta sobre maneira: “Aquele que perseverar até o fim, será salvo”.

Associemos nossos esforços aos regimes das leis de Deus, respeitando-as em todas as suas nuances. Se algo faltar de nossa parte, nunca haverá de ser a persistência, como onda de luz a transformar as nossa boas intenções em realidades.

Higienizemos a nossa mente, sem afrontá-la agressivamente. A experiência nos aconselha que o trabalho paciente e constante vencerá obstáculos que se nos afiguram em posição irremovível. Na verdade, a mente plasma o que os olhos vêem, como máquina fotográfica pronta para disparar tendo em mira o objetivo visado. Não obstante, poderemos fechar o diafragma. Assim sucede com os ouvidos, assim se processa na formação das idéias. Orar e vigiar é atitude certa para que a mente não se suje mais. E o trabalho de limpeza deve ser eficiente, diminuindo a carga corrosiva acumulada em muitos séculos. Um pouco de boa vontade vos colocará, com habilidade, nesse saneamento, e o conceitos que propomos nesse livro são, um tanto um quanto, companheiros da limpeza espiritual, convidando a todos para a libertação.

Livro: Horizontes da Mente, psicografado pelo médium João Nunes Maia.

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