Por tudo o que já vimos, posso dizer que não dá para se confiar nas informações que existem no mundo humano. Mas, apesar disso, vocês continuam confiando e acreditando no que as mentes humanas criam. Por isso vou falar de outro aspecto das afirmações da mente para mostramos outro aspecto da vivência de quem acredita em espírito e encarnação: a saúde.
Quando algum mal lhes afeta a saúde vocês correm para buscar remédios. Mas, será que realmente o remédio cura? Vamos entender isso…
Todo remédio é feito por componentes químicos. Segundo a medicina as propriedades intrínsecas do medicamento é que provocam o fim da enfermidade. Esta é uma afirmação humana, mas será que é uma verdade espiritual? Vamos ouvir o Espírito da Verdade:
Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas? Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária”.
Para os espíritos libertos das criações da mente, a causa primária da ação de um elemento químico não está nele mesmo, mas sim como resultado da ação da Causa Primária (Deus). Sendo assim, será que é o remédio que provoca a cura ou a ação da Causa Primária?
Quando afirmo isso não estou querendo dizer que vocês não devem tomar remédios, mas quando tomarem compreenderem que existe outra coisa que fará o efeito acontecer (Deus) e não a propriedade dos elementos que compõem o remédio. Esta ação, no entanto, não é sempre a mesma, inexorável, dentro da compreensão humana, pois a ação de Deus sempre está de acordo com aquilo que foi pedido pelo ser antes de encarnar. Por isso ela pode acontecer no sentido da cura, mas também pode não acontecer. É por isso que os remédios fazem efeito num caso e noutro semelhante não.
O trecho de O Livro dos Espíritos que acabei de citar é de conhecimento de todos os espíritas e espiritualistas, mas mesmo assim eles continuam achando que é o remédio que traz a cura. Por que agem assim? Por causa do medo…
Afetado por uma doença, um ser humanizado vivencia o medo de morrer. Este medo o cega e lhe faz apenas ver no acontecimento o lado doloroso, como nos ensinou Kardec no último trecho que lemos da pergunta 266: “sob a influência das idéias carnais, o homem, na Terra, só vê das provas o lado penoso”. Por causa deste medo o espírita ou espiritualista não consegue ver naquele acontecimento o pedido de um espírito para viver a felicidade que Deus tem prometido aos seus filhos. Com isso, não conseguem a prática do que dizem que acreditam.
Os seres que dizem acreditar no espírito e no processo de encarnação como instrumento da elevação espiritual não conseguem praticar os ensinamentos porque realmente não têm convicção no que dizem acreditar. Têm medo de entregar-se à prática do ensinamento e com isso perderem alguma coisa. Por isso, acabam acendendo uma vela para Deus e outra para o Diabo ao mesmo tempo buscando garantir que não percam nunca.
É esta hipótese dos ensinamentos não estarem certos que faz com que os espíritas e espiritualistas acabem tomando remédios com confiança de que ele acabará com o mal que o aflige. Com isso não colocam em prática o ensinamento de O Livro dos Espíritos que diz que é a Causa Primária que produz o efeito que é atribuído às propriedades íntimas da matéria.
Quando se fala em viver a vida a partir dos anseios espirituais, este ponto é fundamental de se compreender: apesar de dizerem que acreditam nos ensinamentos, vocês não confiam neles. Se tivessem confiança, tomariam o remédio, mas não teriam o medo das conseqüências da doença.
Tomar o remédio não é errado nem problemático na questão da doença para aqueles que querem aproveitar a oportunidade da encarnação, mas sim não confiar no ensinamento que diz acreditar. Isso porque quando age assim, confia no bom e não no bem.
Os espíritas e os espiritualistas precisam compreender que os ensinamentos que já tiveram contatos são, para eles, apenas informações intelectuais não sabedorias. Se realmente cressem neles, eles seriam instrumentos de sabedoria, ou seja, de fundamentos para se viver a vida, e não apenas informações armazenadas na mente.
Por isso aconselho a todo aquele que quer aproveitar a oportunidade da encarnação em darem uma revisada na fé de vocês.
Nenhum ser humanizado tem fé em Deus, confia Nele. Quando digo isso parece que estou acusando os seres humanizados, mas não é isso. Eles estão certos em não confiar no Pai, pois Ele não existe realmente para protegê-los, mas sim ao espírito. Como já vimos que os dois anseios não são compatíveis, o ser humanizado que apesar de se dizer espírita ou espiritualista ainda vive movido pelos anseios humanos, não deve realmente confiar em Deus.
Fé é entrega com confiança. A partir desta definição, conclamo os seres humanizados que dizem acreditar no espírito e na encarnação a observarem se a sua entrega a Deus está pontuada pela confiança de que Ele vai fazer tudo o que for preciso para a sua elevação ou se ela ainda é fundamentada na esperança de ganhar neste mundo. Como os ensinamentos são o caminho que levam ao aproveitamento da encarnação, a entrega com confiança a eles, ou seja, a vivência da vida a partir dos valores que eles criam, é a demonstração da fé em Deus.
Para isso, repare se aquilo que você diz que acredita realmente guia a suas reações frente aos acontecimentos da vida ou se quando vivencia cada um deles ainda reage levando em consideração alcançar o que deseja que aconteça.
Fonte:http://meeu.com.br/
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