Quem é médium o é sempre, e não apenas no instante em que o fenômeno esta acontecendo, embora seja no exato momento do transe que a mediunidade alcança o seu ápice.
A mediunidade pode ser observada ostensivamente, quando, por exemplo, o médium incorpora, psicografa, transmite o passe, libera ectoplasma, pinta sob a influência dos espíritos... Entretanto, a mediunidade, no cotidiano, manifesta-se discretamente, ao ponto de o próprio médium não perceber que esteja agindo como instrumento.
Dificilmente o médium precisará com nitidez quando estará sendo intuído ou inspirado a dizer palavras ou tomar atitudes que mudem o rumo dos acontecimentos dos quais participe.
Citemos um fato corriqueiro como exemplo. Numa simples conversação, ,o médium poderá dizer uma palavra que clareie as decisões que o seu interlocutor tenha que tomar. Imaginemos um médico indeciso sobre o diagnóstico de um paciente... Em conversa com um médium, às vezes completamente alheio ao caso, os espíritos poderão inspirar o sensitivo no sentido de que a mente do médico se abra para o diagnóstico preciso, salvando vidas e evitando cirurgias de risco já programadas.
Quem procura sintonia com o Mais Alto através da oração e do dever retamente cumprido será sempre uma antena captando mensagens de elevado teor e retransmitindo-as através da palavra, imperceptivelmente.
A mediunidade ostensiva e declarada não é a única maneira de exercer-se a mediunidade.
A mãe é médium quando antecipa-se como seus conselhos aos problemas do filho; o pai é médium quando poupa recursos que pressentem necessários no futuro; o filho é médium quando protegem os pais de uma queda dentro de casa; o amigo é médium quando alerta alguém acerca da necessária revisão nos freios do automóvel, antes da viagem prevista; o vizinho é médium quando se refere a uma árvore prestes a desabar no quintal ao lado...
Há quem imagine que o seu compromisso com a mediunidade seja apenas naquele dia determinado e naqueles poucos minutos semanais em que passa ao redor de uma mesa de sessões.
Não terão sido médiuns Einstein, Thomas Édison, Pasteur, Gandhi, Florence Nigthingale e tantos outros gênios e benfeitores da humanidade?!
Não será médium o pastor anônimo e bem intencionado que prepara o seu sermão para a comunidade dos fiéis?!
Não será médium o legislador que se debruça sobre as leis dos homens, estudando um meio de adequá-las às Leis de Deus?!
Não será médium o cientista que no silêncio dos laboratórios pesquisa, por exemplo, a curda AIDS?!
Não será médium o professor que atina com o problema emocional que angustia um de seus alunos, interferindo negativamente no seu aproveitamento escolar?!
Não será médium o lavrador que pressente a hora de lançar a semente ao solo para a sonhada colheita?!...
De fato o homem é portador de livre-arbítrio e a decisão final em suas atitudes sempre lhe cabe, entretanto não deve ignorar que o Mundo Espiritual e o Mundo Físico se interpenetram e inter-agem e que a comunidade dos espíritos desencarnados faz parte da comunidade dos encarnados, onde continua tendo interesses comuns aos homens.
Não exageraríamos se disséssemos que tudo é mediunidade, tanto na Terra quanto nos Céu!
O Pensamento Divino, até chegar ao homem, passa, por assim dizer, por dezenas de cérebros... Para que esse pensamento chegasse a nós sem distorções é que Jesus corporificou-se no planeta e trouxe-nos o Verbo Divino que identificava-se plenamente com a sua Palavra.
Anteriormente, os profetas, portadores da Palavra de Deus, sujeitaram-na à cultura social e religiosa a que pertenciam, regionalizando o que era universal.
Por isto, em essência, O Espiritismo identifica-se com tosas as religiões e filosofias que vão desde as ramificações do Cristianismo às que pregam a reencarnação, a lei do carma e a comunicação com os chamados mortos. Tendo sido codificada na França, a Doutrina Espírita é universal, porque a Verdade, em todos os idiomas, é sempre a mesma em toda parte.
Somos Todos Médiuns
Carlos A. Bacelli / Odilon Fernandes
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