O ritmo irradiante dos “tambores” sincronizados diante um som contagiante vindo de um Ponto Cantado cheio de energia, seriedade, devoção e amor ao que se faz, é o som harmonizado dos atabaques na Umbanda, nossa característica marcante, herança de nossa raiz “a Mãe África”.O atabaque na Umbanda não é apenas um instrumento que ali está para ajudar o ritual, mas sim um instrumento enraizado e abençoado pelas Entidades e Orixás, quem nele tocar, não basta apenas querer e saber tocar deve ter responsabilidades, deve saber que ao colocar as mãos diante deste fundamento, deve-se ter muita seriedade e dignidade, pois, tudo que é abençoado pelas Entidades torna-se indispensável na Umbanda e assim acontece com os atabaques.
As Entidades não necessitam dos atabaques para o ato da incorporação, nem dos atabaques e nem dos Pontos Cantados, mas existem muitos médiuns (de incorporação ou não) que necessitam de algo a mais para afirmarem seus pensamentos, este “algo a mais”, na Umbanda vem de uma raiz cheia de mistérios e fundamentos, este “algo a mais”, traz uma essência divina, uma essência de muito valor a firmeza do terreiro, ou seja, estrutura a força mental que as pessoas precisam obter dentro da corrente umbandista. Creio que cada pessoa tenha um modo de afirmar seus pensamentos, uns se apegando ao silêncio, outros apenas as orações e preces, entre outras formas... Porém há pessoas que necessitam desta energia positiva vinda dos atabaques, e cá entre nós, todos nós acabamos nos acostumando a esta maravilhosa energia! Pois esta energia é conduzida por pessoas preparadas para emitir e transmitir a mesma, como disse não basta sentar no atabaque e apenas tocá-lo, mas aquele que ali tem em sua designação tocar o atabaque e mandar o axé traz um dom, um encanto superior vindo de uma espiritualidade, portanto, esses que nos transmitem a energia dos Pontos Cantados e dos atabaques não são apenas “batedores ou tocadores de tambor”, são peças fundamentais dentro do terreiro, pessoas com uma designação espiritual fantástica, pois são eles que junto as Entidades ajudam na estrutura da firmeza dos pensamentos e da fé do médium e consulentes do terreiro, pessoas que carinhosamente são chamados de Curimbeiros, “Atabaqueiros” ou “Ogãns” (lembrando sempre que o termo Ogãn usado na Umbanda, não é comparativo ao mesmo nos rituais de origem Nagô/Ioruba praticado nos Candomblés).
Hoje a maioria dos templos espirituais de Umbanda faz o uso dos atabaques, pois os atabaques fazem parte da raiz umbandista, porém, existem templos que não utilizam o mesmo, alguns por escolha do Dirigente e outros por necessidade do local, ou seja, o espaço da localização do templo não permite o uso dos atabaques por razões de convivência social com vizinhos e etc. O que posso dizer, é que os atabaques, os Pontos Cantados e as boas orações são insubstituíveis, as energias na Umbanda são transmitidas através do calor humano, do contato direto com a espiritualidade, contado com a natureza, energias movidas com o sentimento e a fé. Os Pontos Cantados são também boas orações dentro da Umbanda, pois surgem dentro de fundamentos e fazem a junção com os preceitos emitidos pelo som dos atabaques, a Umbanda usa todos os artifícios de Deus. E a musica através dos atabaques e dos Pontos Cantados é a “chave” de uma harmonia pura e abençoada transmitida por nossos queridos Curimbeiros.
Que esses mensageiros continuem sendo a "voz" de nossas energias dentro de nossos pensamentos, que as Entidades sempre proteja nossos queridos Curimbeiros!
Carlos Pavão
http://ligacaoancestralumbanda.blogspot.com
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