Oração Lakota (Sioux)

Oração Lakota (Sioux)

Wakan Tanka, Grande Mistério
Ensina-me a confiar
Em meu coração,
Em minha mente,
Em minha intuição,
Em minha sabedoria interna,
Nos sentidos do meu corpo,
Nas bençãos do meu Espírito,
Ensina-me a confiar nessas coisas
Para que eu possa entrar no meu Espaço Sagrado
E amar muito além do medo
E assim caminhar na beleza
Com o passo do glorioso Sol

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domingo, 13 de novembro de 2011

A Umbanda e a Assistência




           A Umbanda é uma religião de cunho assistencialista.
 Esse fato se fundamenta primeiramente nos ensinamentos 
de Nosso Senhor Jesus Cristo, que em sua infindável 
sabedoria nos ensinou que devemos “Amar a Deus sobre 
todas as coisas e ao próximo
como a nós mesmos” e que devemos fazer aos nossos 
irmãos aquilo que esperamos que seja feito por nós. 
A Umbanda é, assim, 
em primeiro lugar uma religião baseada nos ensinamentos
 cristãos.
           A Umbanda também acredita, como outras religiões, 
que nós, filhos de Deus, estamos em um contínuo movimento
 de evolução. Estamos a todo instante agindo e sofrendo a 
ações que tendem a nos projetar para frente no plano moral 
e no plano espiritual. Assim, como uma forma de nos 
depurarmos de erros passados e de encontrarmos 
engrandecimento espiritual, devemos seguir o caminho da 
humildade, da caridade e do perdão, tentando ajudar irmãos 
a amenizar seus sofrimentos materiais e espirituais, quando 
possível. Não somente nós encarnados, mas também 
espíritos de desencarnados estão envolvidos nesta 
responsabilidade de ajudar aos menos afortunados em um 
ciclo constante onde os mais evoluídos ajudam os menos 
evoluídos a galgarem os degraus da evolução. 
           Nesse aspecto, a Umbanda se baseia não só nos 
ensinamentos cristãos como também as premissas do 
Espiritismo de Allan Kardec. É fato inclusive, que no Brasil, o
 Espiritismo assumiu, com nomes como Bezerra de Menezes 
e Chico Xavier, uma forma mais assistencialista de trabalho 
do que a primitiva matiz científica oriunda da França.
           A Umbanda, finalmente acredita em tronos vibracionais
 ou ainda Orixás, ou ainda Reinos de Energia da Natureza 
cuja divina função é trazer para cada um de nós o equilíbrio 
vibracional, moldando vícios em virtudes, anulando más 
tendências e intensificando as boas qualidades. 

A Assistência em um culto de Umbanda

           Considerando que o assistencialismo é uma das 
facetas da religião Umbanda, chegamos a uma pergunta que
 embora pareça, não é tão fácil de responder. Como a 
assistência se inclui no culto da Umbanda? A caridade em 
uma casa de Umbanda é realizada de muitas formas 
dependendo do funcionamento da casa. Em primeiro lugar
 podemos considerar a caridade que se presta a espíritos 
desencarnados que visitam esse local a fim de encontrar
conforto, orientação e paz.
           Por esse mesmo motivo, algumas casas de Umbanda
 em suas sessões (que é como são chamados os rituais ou 
cultos de Umbanda) compreendem uma preparação especial
 para que sistematicamente ou eventualmente (dependendo
 da sessão e da casa) se possa receber a visita destes 
espíritos e se possa prestar a devida caridade a eles.
           Outro ponto a se considerar, falando de caridade, é o
 que se presta aos próprios filhos de santo da casa
 (conhecidos também, entre outros nomes, como filhos de fé)
 Essas pessoas, em geral médiuns (das mais variadas 
aptidões mediúnicas) podem encontrar na casa, em seus
 irmãos, e nas figuras de chefia, a orientação necessária e a 
força indispensável para lidar com sua espiritualidade, e 
direcioná-la para o bem. 
           Finalmente, as casas de Umbanda também se 
destinam a fazer caridade a uma comunidade de pessoas 
que não pertence ao corpo de trabalho da casa. Nesta 
categoria de assistencialismo, o qual é o principal motivo
 deste texto, costumam se basear a maioria das sessões de 
trabalho das casas de Umbanda.   
           Colocando à parte rituais fechados (como Batismos, 
Festas, Rituais de Limpeza, etc), a grande maioria das
 sessões de Umbanda são abertas à comunidade. Em um
 lugar característico das casas de Umbanda, conhecido como
 assistência, as pessoas da comunidade (ou mesmo pessoas 
que venham de localidades distantes), que não pertencem ao
 corpo de trabalho da casa, observam os cultos ritualísticos 
de uma sessão e se beneficiam dele.
           Assim, as pessoas da assistência são defumadas, e 
após as incorporações dos médiuns, são convidadas a 
adentrar o terreiro para receberem passes e se consultarem 
com as entidades (exus, caboclos, pretos-velhos, crianças, 
mestres do oriente, etc).
Uma pessoa da assistência pode receber caridade de várias
 formas, como: descarga, desobsessão, conselhos sobre 
questões materiais ou espirituais, emanações curativas, etc.

           Outros tipos de serviços à comunidade não 
relacionados estritamente com os cultos da casa podem 
também ser realizadas. Algumas casas de Umbanda 
oferecem, por exemplo, parte ou todo o seu espaço físico 
para realização de palestras ou cursos de interesse da 
comunidade. Também podem ser feitas campanhas de 
arrecadação de recursos (como alimentos ou agasalhos). 
Podem ser ainda oferecidos materiais de estudos sobre a 
religião Umbanda e os seus rituais. Uma questão importante 
discutida em algumas casas de Umbanda sobre as sessões
 fechadas à assistência.
           A Umbanda como já foi dito, tem a missão de 
propagar uma mensagem de amor e caridade. Por isso; 
porque essa mensagem tem que ser propagada, ela não 
pode ficar limitada apenas aos adeptos do culto, ou seja, ao
 corpo mediúnico. A caridade deve ser oferecida a todos 
aqueles que precisam dela.
           Por outro lado, sabemos que uma máquina não pode
 funcionar sem manutenção. Por isso, acredito que às vezes 
é melhor que se façam sessões fechadas (para 
desenvolvimento dos médiuns, limpeza espiritual da casa e
 dos médiuns, etc) para que se possa oferecer uma casa e 
um corpo de trabalho bem preparados, para prestar a 
caridade à assistência em sessões abertas.   

A influência da Umbanda na Assistência e a influência da 
Assistência na Umbanda

           Duas questões polêmicas nas quais as casas de 
Umbanda estão envolvidas sobre a assistência é qual o
 papel de fato da Umbanda na vida das pessoas que 
freqüentam seus rituais e ao mesmo tempo, qual deve ser a
 postura de uma pessoa enquanto participante da assistência
 em um ritual de Umbanda. Estas duas questões, acredito,
 guardam íntima relação entre si.
           A primeira questão tenta descobrir como as pessoas 
que participam de assistências de cultos de Umbanda, vêem 
esses cultos e a própria Umbanda. O que destes cultos e das
 vivências neles apreendidas, elas levam para suas vidas 
quotidianas? Como essas pessoas se definem em termos de 
religião?
           É certo que não podemos generalizar. Assim como em
 qualquer coletividade, também em uma assistência estarão
presentes pessoas com pensamentos, anseios e posturas 
diferentes. Mas a questão que se impõe é se é necessário 
que essas pessoas tenham um mínimo de conhecimento do 
que é a Umbanda e seus cultos. E se realmente precisam 
enxergar a Umbanda como religião e até mesmo como a 
religião delas. 
           Uma premissa muito importante enunciada pela 
Umbanda é que não se deve negar ajuda a ninguém. Assim,
 partindo deste princípio não podemos cobrar de uma pessoa
 que se ela freqüenta os cultos de uma casa de Umbanda, 
ele se declare como Umbandista.
           Sabemos que a Umbanda ainda sofre de muitos 
preconceitos, e que decorrente disso muitas pessoas que 
freqüentam cultos de Umbanda têm medo de serem rotulados
 pejorativamente. Também pela origem multifacetada da 
Umbanda e também pela premissa de ajudar a todos, não 
podemos e nem devemos proibir a participação de irmãos 
oriundos de outros religiões.
           Por outro lado, podemos considerar que a falta de 
identificação pode causar uma falta de compromisso. Por isso
 talvez, sejam tão comuns as queixas sobre pessoas da 
assistência que vão às sessões de Umbanda apenas para 
“pedir coisas” mas não honrem as sessões com comportamen-
tos condizentes com os de uma casa religiosa, ou seja, 
vestem-se de maneira imprópria, conversam em momentos 
inoportunos, entre outras coisas.
           Algumas pessoas apenas visitam uma casa de 
Umbanda quando estão com problemas. Isso significa que 
não fazem da Umbanda uma opção religiosa constante. 
Utilizam as sessões de Umbanda como “fast-food de consulta”
, isto é, quando precisam, vão até lá, pedem o que precisam e
 vão embora abandonando o local até que a próxima 
necessidade os faça regressar.
           Outras há que vão apenas aos dias de festas. Elas 
podem estar encarando a Umbanda como uma bonita 
manifestação da “cultura popular brasileira”, ou seja, uma 
atração turística ou ainda “coisa para inglês ver”. Visitam, 
acham bonito, mas não apreendem o real significado da 
religião praticada ali.
           A outra questão, também de extrema importância, é o 
que a participação da assistência contribui para a sessão. 
Uma assistência participativa tem o mesmo resultado para 
uma sessão do que uma assistência apática? O que é mais 
interessante para a Umbanda, uma assistência ignorante 
sobre os conhecimentos (pelo menos as bases da religião) 
ou uma assistência consciente do que são os rituais 
(como momentos de uma sessão, pontos cantados em cada 
momento, etc) e dos porquês destes rituais.
           Eu penso que essas duas questões estão 
inter-relacionadas porque acho que quanto mais as pessoas
 que compõem uma assistência estão integradas no culto, 
tão mais elas respeitarão este ritual, participando ativamente 
dele, entendendo como e porque devem se comportar a cada
 momento.
           Elas entenderão melhor que a religião não se pratica 
somente dentro dos templos, mas em todo o lugar. 
Elas aprenderão que também elas têm a responsabilidade de
 fazer a caridade e semear a paz e amor ao próximo. 


            (M.S.C. - Um Trabalhador Humilde)

Fonte:http://cethrio.vilabol.uol.com.br

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