Este
tema é normalmente um grande gerador de controvérsias e dividem
opiniões.
Muitos afirmam que se um médium homem trabalhar com uma entidade feminina isso pode levá-lo ao homossexualismo. Desta forma, alguns dirigentes encarnados simplesmente proíbem que os médiuns homens de suas casas trabalhem com entidades femininas tais como caboclas, baianas, pombas-gira.
O âmago desta questão está pautado tanto numa cultura preconceituosa e machista existente em nosso país, quanto na falta de análise racional sobre o assunto mediunidade, que mais parece um assunto místico, cercado de segredos e pontos obscuros.
Primeiramente o homossexualismo não é algo pernicioso, nem uma doença ou desequilíbrio psicológico ou espiritual. Deve ser encarado apenas como uma opção espiritual em que cada um escolhe como um modo de reajuste cármico. Se é uma opção oferecida ou escolhida, devemos encarar que o homossexualismo é também uma via evolutiva em que o livre arbítrio de alguns pôde fazer. O que é pernicioso e doente são comportamentos sexuais atípicos e outras condutas morais anômalas e isto pode ocorrer com indivíduos tanto homossexuais quanto com heteros sexuais. Infelizmente o preconceito cultural só cobra isso de quem é homossexual, marginalizando ainda mais quem o é.
Outro fator que produz essa distorção de análise é simplesmente não colocar à luz da razão a mediunidade, suas capacidades, potencialidades e utilidades. A mediunidade é um instrumento que alguns espíritos escolhem para utilizar, quando reencarnados, para o benefício próprio e da comunidade espiritual a que ele pertence, sejam os encarnados e os desencarnados.
A base da mediunidade e ao mesmo tempo a sua razão de ser é a prática da caridade gratuita em que unem quatro grupos de espíritos :
Aqueles encarnados que procuram ajuda espiritual para si ou para os seus entes queridos;
Aqueles espíritos desencarnados que também procuram ou precisam de ajuda espiritual;
Aqueles espíritos guias que procuram levar o amor através de seus enormes e benéficos trabalhos espirituais junto à comunidade que eles dão assistência e;
Aqueles encarnados que tornam-se médiuns para a prática da caridade, da elevação espiritual própria e dos irmãos, recebendo, através de seus corpos físicos pela incorporação, as instruções dos espíritos guias;
Vamos analisar a questão partindo de linhas de pensamento racional :
1 - Se a caridade deve ser praticada e estendida a todo e qualquer espírito (carnado ou não), não se devem haver critérios limitantes de escolha e não tolher livre-arbítrios.
2 - Por que uma médium pode incorporar um espírito masculino e não há limitação nisso ? Qual é a explicação lógica e racional para isso, já que se no caso contrário poderia haver uma potencialidade homossexual no médium homem? Há também homossexualismo feminino e isso não ocorre com uma médium que trabalhe com espíritos masculinos?
3 – Guias femininos existem tanto quanto os masculinos, assim como há tantos médiuns femininos quanto masculinos. Tais guias urgem trabalhar pela melhoria da comunidade que são-lhes responsáveis. Os guias já ultrapassaram limitações da materialidade, já limaram as arestas de seus comportamentos, já apuraram suas características de personalidade ao menos mais que nós ainda seres em processo de reencarne.
Seriam eles, esses luminosos guias, capazes de induzir algum médium, sob sua responsabilidade, a cometerem erros ou praticarem distorções em suas personalidades, desviando-se daquilo que foi planejado ?
Seriam esses guias tão preconceituosos quanto ao homossexualismo ao ponto de eles proibirem seus médiuns de serem homossexuais ?
Algum guia espiritual de fato incorporado já proibiu que médiuns homens incorporassem guias femininos ?
Se a resposta fosse “sim”, a próxima pergunta derruba a argumentação de tal resposta :
Se um guia espiritual proibiu de fato que haja incorporações de guias femininos em médiuns masculinos, por que, os mesmos guias não proibiram que isso ocorresse em médiuns femininos incorporando guias masculinos ?
4 – Se as médiuns podem incorporar guias masculinos e o contrário não é permitido por incentivar o homossexualismo masculino, quer dizer então que as mulheres médiuns são mais capazes que os homens quanto à mudança de comportamento sexual ?
Por aí se percebe o contra-senso...
5 - Um médium, seja homem ou mulher, tem seus corpos físico e espiritual capacitados para a manifestação mediúnica, seja em qual modalidade for necessária. Essa capacitação não está ligada aos pólos masculino ou feminino, mas sim aos chacras e plexos que farão as ligações energéticas entre médium e guia.
6 - Um guia tem seu grupo de médiuns para ajudar, para trabalhar com eles, em que ele é responsável e isso independe se os médiuns tem ou não o mesmo pólo masculino ou feminino que o guia.
7 - Os guias respeitam muito os corpos dos médiuns nos quais eles se utilizarão para se manifestar, entendem os aspectos físicos e suas limitações. Um guia só iria utilizar-se de um médium se este concedesse por livre arbítrio tal “empréstimo”, assim, não haveria obrigatoriedade neste intercâmbio espiritual.
8 - O fenômeno da incorporação traz ao corpo físico do médium, os trejeitos do guia, a forma com que o guia se manifesta, seu linguajar, sua capacidade de comunicação e toda a gama do modo de ser e agir do guia. Poderia aí, estar a causa de tanta preocupação de um médium masculino passar a ter os trejeitos de uma mulher quando um guia feminino o incorporasse. Entretanto a que se relevar que :
- os trejeitos são do guia e não do médium;
- após a desincorporação, o médium reassume seu corpo e suas faculdades voltam a se manifestar na íntegra sobre o seu corpo físico;
- nenhum guia iria expor ao ridículo médiuns pelos quais tem a responsabilidade de preservar;
- preocupados com a preservação de seus médiuns, os guias não iriam deixar que qualquer resquício energético nocivo ficasse sobre seus médiuns;
- guias como as crianças, também não tornam médiuns adultos, temporariamente, com trejeitos infantis ?
9 – As manifestações mediúnicas envolvendo médiuns masculinos e guias femininos não são tão raras como se pensa. Esses fenômenos apenas não são tratados com a devida naturalidade e respeito, onde é preferível que sejam evitados para não constranger aos preconceituosos.
Para concluir, após esses poucos argumentos, é preciso que haja a consciência de que a Umbanda é uma manifestação religiosa que liberta-nos de nossos equívocos através das demonstrações simples, descomplicadas e diretas da prática da caridade.
Também é preciso considerar o que os guias espirituais dizem sobre o assunto, o que eles aconselham.
Este artigo não pretende fazer qualquer tipo de apologia, apenas procura trazer um pouco de luz a mais esse tabu existente em assuntos espirituais.
Edu
Gomes
http://www.oocities.org
Oque eu precisava de ler.
ResponderExcluirVocê comenta que HomosexuaLIDADE não é doença, mas coloca o termo homosexuaLISMO que é um pejorativo a uma doença. Acho que você deveria estudar primeiro gênero e parar de cometer gafe. De resto, o texto é ótimo.
ResponderExcluirMinha mediunidade começou a 5 anos ,mas a 2 anos creio que uma entidade feminina se manifestou em casa,..é possivel encorporar fora do terreiro,???
ResponderExcluirOu foi algo da minha mente ???