É
comum que depois de algum tempo que uma pessoa está num terreiro,
mesmo que em pleno desenvolvimento mediúnico, ela pense que é
insubstituível.
Isso
é muito comum. O indivíduo tem a sensação clara de que se ela
deixar o terreiro, o mesmo não sobreviverá, não conseguirá dar
continuidade aos atendimentos e/ou coisa parecida. Ela começa a se
achar vítima do sacerdote, dos médiuns mais antigos, dos seus
irmãos de fé e até da consulência. Ela começa a ter um desejo
inconsciente de "punir o terreiro" através da sua saída,
pois ela terá a certeza que todos virão de joelhos implorar a sua
volta.
Sei
de pessoas que ficaram totalmente decepcionadas e mesmo depressivas
ao verem que o terreiro em que eram membros sobreviveu à sua saída
e que alguns meses depois nem se lembravam mais dela. Geralmente
essas pessoas começam a falar muito mal do terreiro, do sacerdote e
até mesmo inventam boatos dizendo que o terreiro está com problemas
espirituais, administrativos, de moralidade ou outros quaisquer e por
isso ela o deixou.
Conheço
pessoas que ao deixar seus terreiros comentaram ter absoluta certeza
de que seus "ex-sacerdotes" viriam correndo oferecendo um
"cargo" ou alguma regalia para que voltassem. Um homem que
conheci, não aceitou o convite de frequentar a corrente mediúnica
de outro terreiro dizendo estar aguardando o telefonema do sacerdote
pedindo sua volta. Eles não conseguirão sobreviver sem mim, afirmou
ele.
Meses
depois, ele não frequentava nenhum lugar ainda, outros do tipo abrem
seus próprios terreiros...
Quero
deixar claro que esse sentimento de ser insubstituível é natural em
muitas pessoas, pois elas realmente são pessoas-chave para os
terreiros em que frequentam. De fato, seus sacerdotes sentirão muito
a sua saída. De fato elas farão falta. Mas cuidado para não cair
nessa armadilha.
Da
mesma forma e com a mesma gravidade, conheço sacerdotes que
acreditam que os médiuns e membros do terreiro jamais deixarão sua
corrente mediúnica e dizem: "ele não encontrará terreiro
igual a este" ou ainda "ninguém o aceitará e ele voltará
de joelhos pedindo para ser aceito".
Os
dois lados se enganam. A verdade é que nem membros, nem sacerdotes
são insubstituíveis e é preciso ter muita humildade, calma,
paciência e, principalmente, muito equilíbrio para entender essa
verdade.
Reflita
sobre isso!
Por
Rodrigo Queiroz (texto adaptado do original "Se eu sair, minha
empresa fecha" de Luis Marins)
Fonte:http://espiritualizandocomaumbanda.blogspot.com.br