Oração Lakota (Sioux)

Oração Lakota (Sioux)

Wakan Tanka, Grande Mistério
Ensina-me a confiar
Em meu coração,
Em minha mente,
Em minha intuição,
Em minha sabedoria interna,
Nos sentidos do meu corpo,
Nas bençãos do meu Espírito,
Ensina-me a confiar nessas coisas
Para que eu possa entrar no meu Espaço Sagrado
E amar muito além do medo
E assim caminhar na beleza
Com o passo do glorioso Sol

Amigos do Blog Xamãs na Umbanda

domingo, 29 de abril de 2012

Água na Umbanda.





Olá irmãos e irmãs de fé!

 ‘’ÁGUA NA UMBANDA’’ .Começaremos falar um pouco dela cientificamente. A água é uma substância química,composta de hidrogêneo e oxigênio, ela é essencial para os humanos e para as outras formas de vida agindo como reguladora de temperatura, diluidora de sólidos e transportadora de nutrientes e resíduos por entre os nossos vários órgãos. Bebemos água para ajudar na diluição e funcionamento normal dos órgãos para que em seguida ela seja eliminada pela urina e pelo o suor, eliminando junto resíduos soluvéis, como sais e impurezas e mantendo a temperatura corporal, ou seja, sendo essencial para todas as formas conhecidas de vida.
A água é considerada como purificadora na maioria das religiões podendo citar algumas que utilizam a mesma em seus rituais, como por exemplo: o ritual do batismo nas igrejas cristãs onde o mesmo é praticado com a água, que simboliza o nascimento de um novo ser, purificando e tendo como significado a  remissão dos pecados, para que a criança não se torne pagã. No Xintoísmo e na Wicca, a água é usada em quase todos os rituais de limpeza dos praticantes. No Judaísmo e no Islamismo, é ministrado aos mortos um banho de água purificada, simbolizando a passagem para a nova vida espiritual eterna.
Os banhos são feitos desde as épocas mais remotas como veículo de purificação, em manuscritos encontrados há mais de 3000 anos no Egito Antigo, trazendo referências que o ato dos banhos era sagrado sendo uma forma de purificar as pessoas. Para os Gregos Antigos em seus templos curativos de Asclépio (Deus da Saúde), o banho era considerado parte essencial nos tratamentos a diversos problemas de saúde.
Em nossa amada UMBANDA, a água é um dos elementos naturais mais receptivos com uma grande concentração de energias, onde se torna condutora das mesmas sendo utilizada nas quartinhas, nos copos dos Anjos de Guarda, onde tem a finalidade de purificar nossos pensamentos e nossas mentes. Nos batismos, onde somados a outros elementos, confirma nossa Fé diante a religião escolhida, em nossos Congás dentro das quartinhas e em outros muitos rituais da Umbanda, principalmente pelos Guias Espirituais nos momentos onde há a necessidade de realizar grande limpeza, purificação e energização de nosso corpo astral, pois existem cargas e energias do baixo astral que somente a Águas Imantadas  são capazes de desfazer, limpar e equilibrar.
Na Umbanda a Água é um elemento, assim como a Terra, o Ar e o Fogo, que são considerados forças vitais, que dentre outros aspectos é capaz de energizar o organismo, tornando-os mais saudáveis, mas o fato é que a água por si só traz benefícios à saúde. Podemos utilizar águas de diversos campos da natureza e em diversas formas, por exemplo, em banhos com ervas que produz um efeito tanto material quanto espiritual ou somente a água escolhida, águas com essências para a limpeza no ambiente de trabalho, residência etc... . Abaixo descrevo algumas das águas e as situações que se pode utilizá-las. Sempre podemos nos beneficiar dos campos e dos fenômenos naturais que são únicos e excelentes para nós UMBANDISTAS.

http://www.jornaldoaxe.com.br
Saravá a ‘’ Umbanda de Todos Nós’’.
Axé
Pai Rafael T’ Logunèdé

sábado, 28 de abril de 2012

Tambor Xamânico



Marcus Fraga 


O tambor é um catalisador de energias. Todo instrumento que emite som natural, ou seja, não eletrônico, é catalisador da energia refinada que está ao nosso dispor no universo para que possamos curar e sermos curados. Essa vibração penetra a matéria de nossos corpos, relaxa a musculatura, afrouxa as ligações entre as moléculas e propicia níveis mais profundos de concentração.

O som do tambor afina nosso coração com o coração da Mãe Terra, desperta a energia individual e coletiva em ritos e cerimônias, sendo esta energia o despertar de nosso curador interno. O som do tambor é como o som do coração. A batida está dentro de nós, no nosso coração, e trazer esta batida para fora no tambor é exteriorizar nossa emoção, cantar esse momento sagrado, tocar o sopro da alma, vibrando para fora do corpo, é a expressão da alquimia da vida.

Os xamãs consideram o tambor como o "cavalo" que os leva em viagens a outros mundos. O ritmo das batidas altera nossa percepção e estado de consciência, permitindo-nos entrar em contato com os mundos visíveis e invisíveis para proporcionar cura, meditação, auto-conhecimento, empreender jornadas, nos harmonizarmos com a Terra e contatar os ancestrais, espíritos e animais guardiães.

Encontrar nosso ritmo interno e afiná-lo ao da Mãe Terra é equilíbrio e cura. As mulheres podem sentir os toques do tambor em seus úteros, geradores de vida, tal qual a Terra. As ancestrais buscavam alinhar coração e útero ao som do tambor, entrando em sintonia com a Mãe Terra, e encontrando assim seu som primordial, bem como o seu som e ritmo interno. O tambor é coração, pulsa cheio de vida, de ritmos que se alteram. O coração, assim como o tambor, é o mapa de toda a jornada de cura. Escutar o toque do tambor é também escutar a batida de nosso coração, sendo assim, é o guia para que nunca nos percamos na busca do contato com outras realidades e energias.

http://www.terramistica.com.br

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sintonia e Vibração




        "Imaginemos alguém que, com um perfume muito forte, permanece determinado tempo em ambiente fechado. A fragrância do seu perfume irá se espalhar pelo ambiente, que ficará impregnado, durante algum tempo, com o odor característico. Da mesma forma, o resultado do que pensamos e sentimos, fica indelevelmente plasmado naqueles ambientes que mais costumamos freqüentar.
          Assim, os nossos lares, os ambientes de trabalho, os locais onde se realizam cultos religiosos e de outros tipos, ficam com suas atmosferas marcadas pelas formas-sentimento e formas-pensamento que comumente ali são expressadas. Quem penetrar em um desses ambientes, inconscientemente ou não, se sentirá inclinado a sintonizar-se psiquicamente com as vibrações ali caracterizadas, sejam agradáveis ou desagradáveis.
         Por outro lado, se alguém com um perfume muito forte nos abraça, inevitavelmente herdaremos o odor que dessa pessoa é emanado, seja ele prazeiroso ou não. Da mesma forma que o perfume alheio nos invade a atmosfera pessoal, as vibrações espirituais de quem nos abraça também nos invadem a organização íntima, nem que essa troca energética se processe - e também se conclua - em poucos segundos, tempo necessário para que as defesas energéticas da aura administrem a invasão energética.
        Em resumo, estamos sempre marcando, com a "nossa fragrância espiritual", as pessoas e os ambientes com os quais convivemos e, ao mesmo tempo, recebendo a suas influências. Quando e se, as nossas defesas espirituais estiverem em boa forma, assimilaremos apenas o que nos for positivo e rechaçaremos o que não for.
        Esse processo é inconsciente, como também o é o da defesa orgânica que os anticorpos promovem em nosso corpo, sempre que necessário. É tudo tão rápido que o cérebro físico-transitório não dá conta, apesar de ser ele que administra todo o processo, como também o faz, a nossa mente espiritual, quando o caso se relaciona com as vibrações de terceiros que nos invadem o espírito.
       É importante perceber que, uma simples troca de olhares, um aperto de mão, um abraço, uma relação sexual, por exemplo, são situações em que a troca energética acontece, independentemente de querermos ou não. 
       Quando  a nossa resultante de defesa vibratória é positiva normalmente assim o é nas pessoas que tem bom ânimo, não se deixam entristecer pelos fatos, são disciplinados no campo da oração e/ou meditação etc. - pouco nos invade a energia alheia, se isto for nos servir de transtorno ao nosso equilíbrio energético.
       Ao contrário, se estivermos em baixa condição de defesa energética, tal qual um prato de alimento estragado que inapelavelmente irá causar 'estragos" no nosso organismo, a energia deletéria alheia nos desarmonizará durante pouco ou muito tempo, conforme for a nossa capacidade psiquica-espiritual em restabelecer o equilíbrio que nos caracteriza, seja ele de que nível for.
       As crianças pequenas que sequer andam, normalmente tem energia passiva, e sofrem um bocado quando ficam "passando de braço em braço", recebendo verdadeiras descargas energéticas que normalmente lhes causam desequilíbrios de toda ordem. Se os pais terrenos disso soubessem, outras seriam as suas posturas em relação a permitirem que seus filhos andem de "braço em braço".
        Portanto, estamos a todo momento, trocando energia com as pessoas e com os ambientes que nos rodeiam. O equilíbrio - leia-se, saúde espiritual - de cada um, é o único antídoto a impedir que as vibrações negativas, alheias à nossa organização espiritual, penetrem no nosso íntimo.
       Saber conviver sem sintonizar com a energia de terceiros é postura que somente os mestres de si mesmos conseguem plasmar na difícil coexistência com os demais. Ao contrário, se a toda hora temos a sensibilidade pessoal invadida por problemas e influências de outras pessoas e/ou situações, ficamos sempre à mercê dos "outros nos deixarem" ficar em paz.
       Assim, a nossa paz íntima dependerá dos outros, jamais de nós próprios; o nosso controle será sempre refém do descontrole alheio; a nossa fragrância espiritual estará sempre mesclada com a dos outros; enfim, dificilmente conseguiremos ser donos de nossa própria vida.
      Se pretendemos ser os arquitetos e atores da nossa própria caminhada evolutiva é mister que cuidemos do nosso equilíbrio espiritual, escolhendo quando e como sintonizar com as vibrações alheias, seja em uma conversa, em um convívio mais íntimo, numa palestra, enfim, numa simples leitura, como é o caso que ora ocorre, pois, até o que lemos pode nos ser motivo de enriquecimento ou de desarmonia interior, já que é vibração que nos penetra a alma.
       Lembremo-nos de que: a soberania espiritual passa necessariamente pelo controle das emoções; a saúde do nosso corpo dependerá da qualidade do que nos alimentamos; o equilíbrio do nosso espírito depende e, em muito, do que nos permitimos sintonizar, através dos sentidos.
       Afinal, se a massa e energia são aspectos de um mesmo padrão existencial, sintonia e vibração formam o elo entre toda a massa e energia que existe, independente das formas transitórias que venham a assumir.
Melhoremos a nossa vibração pessoal e eduquemos os nossos padrões de sintonia. Isto feito, estaremos despertando no nosso íntimo, a grande herança que recebemos do Pai Celestial."

Jan Val Ellam -Livros: "Queda e Ascensão Espiritual"
Vialuz, ano 4, n° 16.

sábado, 21 de abril de 2012

A GRANDE LEI DA NATUREZA






        Os materialistas julgam que o homem não é mais do que um animal. Ora, o corpo humano é composto de elementos químicos, cujo equilíbrio produz e mantém a saúde. Nenhum outro ser vivente possui a mesma constituição química do homem.. E essa constituição é tão especial que um fato de fácil observação permite seja ela evidenciada.Em um terreno alagadiço, mas sem a menor presença de vida animal, faz-se um cercado.


     Deixemos passar algum tempo. Quando voltarmos, ficaremos surpresos com exuberância de seres animais aí existentes: cobras, lagartos, jacarés, peixes. O que nunca poderemos encontrar, nas condições dessa experiência, é o animal homem.Há duas grandes categorias de espíritos: 1ª – os espíritos evolutivos; 2ª – os espíritos elementais da natureza. Os primeiros são os que se encontram nos seres humanos e,cumprida a sua missão, podem viajar de um a outro astro. 


     Com as reencarnações sucessivas, os espíritos evolutivos estão sujeitos a fases de purificação e provação.Nos animais, encarnam-se espíritos da natureza, que não evoluem e até desaparecem,morto o corpo em que habitavam, Daí a diferença fundamental entre o homem e o animal.Esta mui nítida diferenciação, no plano espiritual, corresponde, no plano material, à diferenciação química a que aludimos acima.Não ignoramos que este ponto de vista contraria à crendice popular, espalhada no mundo inteiro, de que um espírito desencarnado de um homem pode se abrigar no corpo de um animal, e, conservando a memória de sua vida anterior, perseguir os homens que foram inimigos do falecido.


       A evolução é uma lei divina. Todo o Universo está sujeito a essa lei que rege o microcosmo e o macrocosmo. A poeira do caminho, a massa cinzenta do intelectual, nebulosa que é matriz de um mundo novo, a virtude do santo, o desgaste da maré na praia alvinitente, o desabrochar da rosa de Iansã, a flor centenária do lotus, a marcha dacivilização através de gerações que se sucedem e ligam o primeiro homem aparecido naTerra a êste dactilógrafo. Tudo, tudo, é feito da lei da evolução.

    Desde a estrêla que nasce, a uma distância incomensurável, ao mosquito que sai do ovo depositado na folhagem. Deus vê tudo, sabe tudo, determinou tudo na lei da evolução. Como diz o provérbio árabe,Deus vê a formiga preta que, em uma noite escura, anda sobre o mármore negro.


Fonte:Dyron Torres de Freitas
Tancredo da Silva PintoAs
Livro  Mirongas de Umbanda pag.11

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Quem são e de onde vem nossos Guias?


    Parece uma pergunta banal. Muitos responderiam que são "espíritos do astral", no entanto, há muitas outras questões subentendidas como: nossos Guias têm uma ligação mais forte conosco ou com a religião? Nossos Guias trabalham para resgatar dívidas, ou por amor? Eles nos acompanham apenas se somos médiuns de Umbanda? Eles já estavam na Umbanda antes de nos tornarmos umbandistas? Desde quando eles nos acompanham? Estes são apenas alguns dos questionamentos que temos, sem contar os de quem não incorpora e também questiona se tem ou não tem Guias espirituais de Umbanda. Poderíamos começar esta resposta com uma outra pergunta: Quem somos nós e de onde viemos? Somos espíritos reencarnantes, viemos do astral e, lá onde estávamos antes de encarnar, já tínhamos uma família espiritual, como um grupo de afinidade que caminha junto durante milênios. A cada vez em que alguém encarna, o grupo procura acompanhar seu estágio no mundo material. Da mesma forma quando um parente vai morar no exterior e sua família quer saber como ele está, se tem alguma dificuldade e o que pode ser feito para ajudar. Assim nossos Guias espirituais são nossa família, nossa família espiritual eterna, muitas vezes com laços mais fortes  que nossa família carnal. Nossos Guias mais próximos são Aqueles que têm a autorização de nos acompanhar, independente de qual religião ou filosofia estamos seguindo. Estão juntos de nos por amor Evoluir e ascender é uma conseqüência. O tempo do lado astral é diferente do tempo no mundo material. Aqui tudo é mais lento, pois tempo e espaço estão relacionados á matéria densa. No mundo astral, quanto mais distante e desapegado do mundo material, mais leve e sutil, o que torna o período de uma encarnação (para nós muito longo) algo curto. Alguns de nossos Guias nos acompanham diuturnamente. Sempre há quem esteja próximo de nós e, entre suas responsabilidades, está ajudar a fazer valer nossa encarnação. Muitos de nós, que trabalhamos rnediunicamente, antes de encarnar estávamos no astral, trabalhando juntos destes mesmos Guias que nos assistem. E assim como hoje eles nos acompanham, um dia vamos voltar para Aruanda e, quem sabe, teremos a oportunidade de acompanhar a encarnação de alguns deles. Desta forma temos nas entidades mais próximas verdadeiros parentes do mundo espiritual, que nos amam tanto quanto nossos pais e filhos carnais. Além destas entidades afins e mais próximas, temos também outras entidades que se juntam a nós quando assumimos uma missão mediúnica aqui na terra. O que quer dizer que quando realizamos um bom trabalho na Umbanda, com compromisso e responsabilidade, muitos outros espiritos Guias se somam para realizar um bom trabalho mediúnico. Logo estabelecemos um parâmetro. Alguns Guias espirituais nos acompanham desde sempre e antes de encarnar, outros passam a nos acompanhar por assumir também uma missão junto a nossa na Umbanda. No dia a dia da religião, podem se verificar que é possível a qualquer médium trabalhar com todas as linhas de Guias, como Caboclo, Preto-Velho, Criança, Baiano, Boiadeiro, Marinheiro, Cigano, Exu, Pombagira e até Linhas mais desconhecidas, como Piratas, Cangaceiros, Mestres de Jurema e outros. Para tanto, basta participar de um trabalho mediúnico em que estas Linhas lhe são apresentadas mediunicamente e ritualisticamente, e logo um espírito afim assume o trabalho junto ao médium. Esta é uma das atividades realizadas em alguns dos grupos de preparação sacerdotal ("curso de sacerdócio"). Há ainda outras questões. No espiritismo, trabalha-se apenas com espíritos humanos. Na Umbanda, trabalhamos também com seres da natureza, como encantados dos diversos reinos, e com seres de dimensões paralelas, aos quais chamamos de seres naturais. Estes últimos se manifestam na força dos Orixás e se identificam como Orixás naturais incorporantes, não falam, apenas se manifestam para trazer axé. Quanto aos encantados, muitos se manifestam nas linhas de criança. Temos ainda seres de realidades totalmente distintas da nossa e de energia muito diferente, como os Exus mirim e Pombagiras mirim. Estas foram apenas algumas linhas para ajudar a compreender de uma forma simples quem são nossos Guias. E finalizando, apenas uma observação: usamos o termo "nosso" não no sentido de posse e, sim, de serem parte de nossas relações como " nossos" pais, filhos e amigos.

 Alexandre Cumino
. JORNAL DE UMBANDA SAGRADA

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Todo dia tem que ser dia do índio, cara pálida!



Por José Cícero

E aí cara pálida; hoje é o dia do índio!
Mas quem foi que disse que só o 19 de abril é o dia do índio?
Na mesma proporção como se vem destruindo os recursos naturais do planeta, os chamados “homens brancos” tem também imprimido sua força ao longo da história no sentido da promoção do extermínio das mais diversas etnias indígenas espalhadas pelo mundo. De modo que neste 19 de abril(dia do índio), a grande pergunta que se deveria fazer é: o que haveremos de comemorar neste suposto dia dedicado ao índio? Que legado nós, os contemporâneos, ditos racionais haveremos de deixar às novas gerações no tocante a questão indigenista e ambiental?
Neste dia, pelos menos uma reflexão consciente e inteiramente desapegada de todos os velhos preconceitos e outras discriminações descabidas haveria de ser realizada em relação a este evidente rastro de destruição imposta às populações indígenas não somente do país de Cabral e de Pizon. Ou ainda ao que resta deles(os índios), agora não passam de meros refugiados vivendo às duras penas no que ainda resta da floresta Amazônica e outros rincões abandonados, como sobejos da sociedade moderna, que deram o nome de reserva.
O crescimento urbano, o desenvolvimento social, tecnológico e científico... O pós-modernismo econômico e cultural no seu conjunto mais geral, assim como na sua versão mais cruel tem ajudado a fazer da causa indígena – um ato extremo de perseguição, opressão e matança às vezes muito mais vergonhosa do que aquilo que fizeram os colonizadores, bandeirantes e jesuítas. Alguns festejados ainda hoje com títulos de heróis e outros com os de santos.
A história do nosso índio tem sido por assim dizer, a própria história da usurpação, do crime e do extermínio de toda uma ração que por direito natural seria os únicos e verdadeiros donos do Brasil. Assim como as raízes ancestrais da nossa origem efetiva-biológica.
Somos até hoje, os autênticos destruidores da cultura autóctones dos índios. Criminosos em potenciais de toda uma diversidade de etnias, línguas, dialetos, saberes, crenças e outras tradições inerentes à milenar cultura dos nossos irmãos nativos ameríndios.
O que aconteceu com os povos indígenas, não tem outro nome, senão o de genocídio. Um massacre que de algum modo se perpetuou ao ponto de ter chegado até nós com seus ares de normalidade.
Mas digamos que o processo de extermínio das populações indígenas pelo mundo e, ao longo da história não foi um ‘privilégio’ apenas dos brasileiros, posto que constituiu infelizmente, prática-comum utilizada por diversas nações do globo em diferentes momentos da história humana.
No Brasil, portanto, não teríamos como dissociar a sua história daquilo que foi(e ainda o é) o expediente injusto da exploração e da ocupação às forças, do que ainda restam dos espaços naturais pertencentes aos chamados povos nativos da floresta.
Os índios aos poucos foram sendo expulsos do litoral, sobretudo os tupi-guaranis e para não sucumbirem à maldade dos ‘racionais’ tiveram forçosamente que adentrar o interior do Brasil, até chegar à Amazônia. Os que permaneceram ou foram mortos ou tiveram que se submeter aos ditames espúrios dos seus algozes. Tornaram-se (com raríssimas exceções) pobres miseráveis susceptíveis a toda sorte de males e até à escravidão imposta pelo mundo e pela vida e os costumes dos brancos.
Éramos até os primórdios do suposto “descobrimento”, uma nação completamente livre habitada por uma infinidade de etnias. Raças indígenas vivendo na mais profunda harmonia com a terra, os bichos, à natureza e o sagrado. Uma grande nação que beirava a caso dos cinco milhões de almas falando pouco mais mais de 170 línguas e mais uma série incontável de dialetos.
Antes do descobrimento 100 milhões de aborígenes habitavam o continente americano. Culturas e conhecimento tradicionais que, na sua grande maioria, já se perderam para sempre. Uma riqueza que o homem moderno movido por sua ganância e arrogância até hoje não pode aquilatar com completo. Um prejuízo histórico que só o futuro poderá dimensionar no seu verdadeiro grau.
Era o Brasil o que poderíamos chamar de paraíso perdido na imensidão das Américas.
Um lugar que mesmo após as sucessivas incursões deletérias dos brancos invasores (colonizador e cia.) sustentou os impérios falidos do velho continente. Assim como a opulência e as farras nababescas dos que desgraçadamente se imaginavam ter sangue azul e, que se situavam acima do bem do mal. Uma ilusão que não passara incólume pelo teste inabalável da história.
Por conta desta riqueza natural do país tupiniquim ‘pastoreada’ que foi por nossos irmãos indígenas é que a nação sobreviveu até os dias atuais. Chegando até nós... Só por isso suportou ao vilipêndio, à invasão, ao roubo, à espoliação, ao massacre, à pilhagem assim como a todas as mais abomináveis formas de crimes e expiações que se possa imaginar.
A força do índio brasileiro corre hoje ainda nas nossas veias. O nosso DNA é a mais forte evidência da nossa ligação indígena, além de africana e européia. O índio, portanto, queiramos ou não, é nosso irmão.
Neste dia urge que tenhamos esta compreensão vigorosa e efusiva, com a consciência afirmativa de que somos filhos de uma mistura de raças. Uma miscigenação da qual não é possível se eximir por qualquer razão da presença central do aborígine. Somos irmãos de sangue, luta história e sofrimento. E isso não é pouca coisa.
Neste 19 de abril, diria que a simples consciência deste fato, já seria muito mais da conta para uma sociedade hedonista, arrogante e preconceituoso, sobretudo no que tange as suas verdadeiras origens ancestrais.
Aceitar o índio como partícipe da nossa história biológica será um motivo para um ato de verdadeira celebração. Sinal de que a sociedade brasileira está evoluindo não apenas nas aparências...
Por fim, digamos que todos os dias mesmo antes de 1500 têm que ser dia do índio. Até porque todos os filhos do Brasil mantêm uma dívida de gratidão com os ‘bugres’ sul-americanos das terras de Vera Cruz.
Porque cara pálida! O índio é sim, o nosso irmão!
 Prof. José Cícero

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Consequências do fanatismo






Em qualquer religião, o fanatismo é condenável, principalmente na umbanda. Não me refiro à paixão extrema da sua religiosidade.




Alguns adeptos da umbanda não sabem separar a religião de seus afazeres tradicionais, como o trabalho, a diversão e a família. Por ser a umbanda envolvente e cheia de mistérios, provoca uma excessiva sede de vivê-la em todos os instantes. Nas minhas andanças pelo espiritismo, ganhei muita experiência para poder recomendar, principalmente aos jovens, uma observância severa no policiamento de suas atividades espirituais.


O estereótipo do fanático religioso fica por conta do Pedro José. Quando moço, fazia parte do terreiro em que eu trabalhava. Recém ingressado na maioridade civil, exorbitava com seu deslumbramento pelos mistérios da umbanda e pela impaciência no processo evolutivo da sua mediunidade. Só falava em umbanda. Sua noiva Dulce também componente do grupo, uma doce e bonita jovem, ainda com a graça dos dezoito anos, era sua companheira incondicional, acompanhando-o em todos os lugares, mesmo nos quais o assunto era a religião umbandista. Um grupo de pessoas, formada por casais e pessoas de meia idade, no qual eu me incluía, recebia sempre a visita do jovem casal. Aquilo me preocupava. Quando tive oportunidade, chamei-o para conversar. Recomendei:


- Pedro, não entenda errado o que vou dizer, mas gostaria muito, para teu próprio bem, que você não fosse mais com a Dulce nas nossas reuniões.


Ele pareceu surpreso. Indignado retrucou:


- Por que você disse isso? O que ela fez?


- Não distorça as coisas que te disse e ainda vou falar. Você não percebeu que nessas reuniões só existem pessoas com suas vidas familiares já definidas, e que se reúnem com o objetivo único para falarem sobre a umbanda? Vocês são jovens, noivos, e ela só está dentro da religião por imposição sua. Isso deve aborrecê-la.


Sempre disse que conselho dos mais velhos, não precisa ser acatado, mas deve, ao menos, ser considerado. Ele, ao contrário, estampou um largo sorriso, e se enchendo de empáfia, limitou-se a dizer:


- Fiz a cabeça dela. É uma umbandista convicta e adora as reuniões. Ela é até a cambone das minhas entidades.


Eu não conhecia o Pedro na intimidade. Nem podia, pois só falava dos exus, dos caboclos e dos orixás. Eu tentei convencê-lo, já com sarcasmo, diante de sua irredutível posição.


- Antes de mais nada, meus parabéns: você já tem entidades. – falei, ironizando sua assertiva ao mencionar "minhas entidades". – Mas aconselho, Pedro, vão assistir filmes nos cinemas, leve-a passear, ou vão dançar em uma discoteca, ou mesmo vão visitar amigos da tua geração.


Nada adiantou eu falar. Ele continuou, cada vez mais fanático e convencido que sua noiva gostava de sua egoísta programação religiosa. Fiquei preocupado, mas não me arrependi de ter dado esses conselhos ao Pedro. Alguns meses passados, ouvi tocar a campainha da porta da minha casa. Fui atender, era o Pedro. Já sentado no sofá da minha sala, ele era a expressão do sofrimento. Olhar triste, pestanas caídas, pálido e com olheiras marcadas. Perguntei, preocupado:


- Que aconteceu com você?.


- A Dulce desmanchou nosso noivado. Exclamou, desolado.


- Por quê?


- Não sei. Hoje, quando cheguei na casa dela, me disse que nosso relacionamento tinha acabado, por razões que não queria explicar.


- Posso fazer alguma coisa por vocês? Prontifiquei-me.


- Você pode conversar com ela? .


Prometi procurar a Dulce e tentar convence-la a reatar o compromisso com o desesperado Pedro. Só a procurei uns dias depois, esperando ela refletir bem sobre o assunto. Pelo telefone, nosso diálogo não foi produtivo:


- Dulce, é o Fernando. Soube que você rompeu o noivado com o Pedro. Vocês sempre deixavam transparecer muito amor e harmonia. Que aconteceu?


Devo ter mexido com os brios da Dulce. Ela, não se fazendo de rogada, foi categórica:


- Não agüento mais falar de umbanda. Não vou me casar com um homem que não sabe diversificar sua vida, ou ser agradável. Ele demonstra um egoísmo incomum. Que fique com uma pomba-gira qualquer e me deixe em paz. Asseverou, rancorosa.


Conversamos algumas banalidades e desligamos o telefone.


Liguei para o Pedro para dar conta do prometido. Ele, ansioso no telefone, perguntou:


- Ela contou porque brigou comigo?


- Foi teu fanatismo. Expliquei, lacônico.


De fato, não houve mais acerto entre os dois. Hoje estão em caminhos diferentes. Ele, ainda solteiro, abandonou a umbanda por desgosto, e ela constituiu uma família.


Por esses fatos de comportamento familiar, que nada tem a haver com a umbanda, é que os dirigentes devem ter a cautela de orientar os membros da corrente, inclusive com hora de encerrar a gira.


No terreiro do Edmundo Ferro, as giras terminavam por volta da meia noite. Alguns médiuns, inclusive eu, nos habituamos a ir num bar depois das giras, comer um sanduíche ou uma coxa de frango. Tinha até uma mesa de bilhar, onde alguns deles demonstravam suas qualidades juvenis. Chegávamos em casa já dentro da madrugada. Claro, no dia seguinte, ouvia a costumeira advertência da Yedda:


- Como acabou tarde ontem o trabalho.


Eu, omitindo o frango, o bilhar e o papo, não mentia:


- Não, você está enganada, a gira terminou cedo. Cheguei tarde em casa, porque ficamos conversando.


O experiente pai-de-santo sabendo do fato, quando chegamos no final de uma gira, antes de dispensar o grupo pediu a atenção de todos, e lendo uns nomes anotados em um papel, determinou:


- Fernando, Mingo, Antonio, Mauro, Paulinho, Leocádio, Mario e Zezito. Peço que todos fiquem no meio do terreiro.


Surpreendidos com a atitude do Ferro, caminhamos, todos, desconfiados e lentamente para o meio do terreiro, sem entender nada. O dirigente retomou a palavra:


- Soube que vocês, incentivados pela gula deste gordo de cento e vinte quilos– e apontou para o Mingo, quando saem do terreiro, vão comer coxas de frango em um bar. Não tenho o direito de proibir que vocês façam isso, mas posso exigir que ao saírem daqui do terreiro, vocês voltem às suas casas. Depois saiam, e façam o que quiserem. Ordenou.


A preocupação dele tinha procedência. Não queria que nossas famílias se voltassem contra o terreiro por chegarmos tão tarde em casa. Na verdade não eram as coxas de frango nem a fome que nos levava ao leviano programa. Era falta de bom senso




Fonte:http://www.paimaneco.org.br

sábado, 14 de abril de 2012

Vôo da alma - Para onde vão os Xamãs?


por: Léa Lima

O xamanismo é tido como a forma mais pura de contato com os mundos extrafísicos.

Por ser basicamente prático, as experiências xamânicas estão ao alcance de todos que se predispuserem a empreender o vôo da alma.

É muito comum, já na primeira experiência de alteração de consciência, a pessoa ter um contato com o mundo dos espíritos, voltando dessa viagem com uma sensação de paz, de leveza e bem-estar. As práticas xamânicas têm sido uma alternativa para muitos que estão cansados das pressões da sociedade tecnológica, cada vez mais distante da espiritualidade. Muitos estudiosos, como Michael Herner, defendem o xamanismo como a única forma de restabelecer contato com a natureza e impedir a sua destruição, já em curso.

Esse contato com outras realidades não é equivalente ao que ocorre, por exemplo, no espiritismo - ou seja, o xamã ou quem faz o vôo da alma não incorpora entidades, mas se movimenta no mesmo ambiente onde elas se encontram, que pode ser, inclusive, o próprio espaço onde o xamã está coordenando as atividades.

É um erro acreditar que os espíritos estão fora do espaço tridimensional. Nossa mente é sempre inclinada a fantasiar que os espíritos de luz estão em lugares maravilhosos, jardins do éden, que só vemos em sonhos. Isso também é verdade. Mas precisamos entender que um espírito é uma entidade diferente de nós, pela ausência do corpo físico e pelas experiências que já acumulou que os tornam sutilizados, livres das necessidades desse mundo.

É errônea também, a idéia de que os espíritos estão flutuando em nuvens azuis, ao som de melodias espirituais, usufruindo da paz celestial. Não é só isso: os espíritos estão trabalhando, continuam seu caminho em busca da ascensão e seu trabalho basicamente é prestar assistência aos necessitados, aos que sofrem e também àqueles que buscam o conhecimento, que estão ávidos do saber.

Nas viagens xamânicas - vôo da alma - nosso espírito, livre do peso do corpo físico vai em busca de conforto, de conhecimento, nesses ambientes onde os espíritos já não são regidos pelos cinco sentidos e já não existe a inveja, a cobiça, a competição. Esses espíritos em sua bondade e amor incondicional se comprazem em nos ajudar, em colaborar para que aceleremos nosso ritmo na busca da iluminação. Eles nos confortam nos dão apoio espiritual. Muitas pessoas ao retornarem de uma viagem xamânica, trazem a resposta para questões que as afligiam há muito tempo. Voltam descansadas, felizes, reenergizadas, porque entraram em contato com a sua essência divina.

É para esses mundos que vai o xamã quando empreende seu vôo da alma. São lugares muito conhecidos para o xamã e é para esses mundos que ele viaja para buscar suas respostas, solicitar ajuda para sua cura e de outros. 

Na verdade é desses mundos paralelos que todos nós somos originários. Todos nós somos estrangeiros neste orbe, entrando em contra-mão, errando caminhos, batendo em portas erradas; somos um espírito vivenciando uma experiência, a bordo de um corpo. Assim como utilizamos um carro, ônibus ou avião para nos deslocarmos de um lugar para outro, utilizamos o corpo físico como veículo do nosso espírito.

Não se engane. Fique atento à luz. Vá para onde tem luz. O caminho de busca da nossa essência, o âmago da nossa alma é pura luz. Reconhecemos se estamos na contra-mão, quando ouvimos um discurso diferente da prática. Lembre-se sempre: boas intenções requerem ações condizentes. Nada pode nos trazer paz, alegria e realização a não ser a descoberta dos anseios da nossa alma. 

Desejo que seu caminho seja sempre iluminado.



Fonte:http://www.luzdaserra.com.br

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Os Sonhos e os Xamãs





Acredita-se que houve uma época, em que os humanos ficavam cercados de animais e reconheciam o parentesco com eles. Os animais possuem forças espirituais assim como os homens.

A Simbologia animal está profundamente gravada no inconsciente coletivo da humanidade.Herdamos sentimentos e recordações inconscientes que condicionam nosso comportamento consciente.

Nos nossos sonhos aparecem muitos animais, os chamados animais oníricos. Algumas vezes os animais são encontrados no habitat de quem sonha, e também, as vezes nem são deste mundo.

Geralmente as pessoas se assustam com sonhos de cobras, mas as cobras representam também a cura, a medicina. Sonhos com animais são benéficos, mas algumas pessoas gostam de avaliar apenas os lados negativos e não estudam as qualidades que os animais representam.

O xamanismo classifica os sonho em pequenos sonhos e os grandes sonhos. Os “Grandes Sonhos” são os que aparecem repetitivamente e também os que são tão reais que parecem realidade, aqueles que sonhamos como se estivéssemos acordados. Os xamãs dão atenção aos grandes sonhos e são tratados como uma comunicação do animal de poder.

Stephen Larsen tem uma amostragem de mais de três mil sonhos contendo animais, entre eles pessoas que se transformavam em animais. Ele relata que por vezes, pessoas que sonham que são picadas por cobra tem estranhas alterações de consciência no sonho, provocadas pelo veneno. É importante notar que o veneno de cobra também é usado como remédio ( Lachesis) e era sagrado para Esculápio, o deus da Cura.

Quando nos sentimos acuados, em situações perigosas, e reagimos instintivamente, nosso instinto animal vem a tona, e somos dotados de maior força física e agilidade.Inconscientemente reconhecemos a força e o poder dos animais e usamos termos tais como :
Ele é esperto como uma raposa!
Realmente ele é um cobra no futebol!
Quando é contrariado vira uma onça!
Tem memória de elefante!

Ele é a ovelha negra da família !
Ele chegou na idade do lobo !
Porque a frase:O cão é o melhor amigo do homem? Quantas histórias conhecemos, de animais indo ao auxílio de seres humanos em perigo? Como golfinhos que salvam marinheiros prestes a se afogarem, cães e cavalos, que conduzem pessoas a lugares seguros ? E, o incrível pombo-correio? Isso implica que nossa mente individualizada faz parte de algo maior.

No Brasil em 1888, o Barão de Drummond para ajudar a manter o Zoológico do Rio de Janeiro, criou o famoso “Jogo do Bicho”, que tomou conta do país. São 25 bichos organizados em ordem alfabética e combinações de números em dezenas, centenas, milhares. Hoje é considerado crime pelas leis brasileiras. Os símbolos animais também são utilizados em escuderias de equipes esportivas, como símbolo de nações (águia americana, tigres asiáticos, etc). Nos logotipos de empresas, em clubes, marcas de automóveis, na propaganda (comerciais de televisão, cinemas, revistas).

No cenário das estórias, das fábulas, aparece em 620 c.C., Esopo, que reuniu centena de contos de animais, repetindo os padrões de comportamento humano. Ele foi conhecido como o maior contador de estórias da antiguidade, foi dele a expressão : A Moral da Estória “.

O francês Jean de La Fontaine, no séc.XVII,foi conhecido como o maior historiador do mundo ocidental. Sua obra prima ”Fábulas” inspirada no mestre Esopo, mostrava a agressividade e a ignorância humana, através dos animais. 

Os chamados contos de fadas não existiam apenas para crianças, mas também para adultos. No início eles não foram escritos para crianças. Vários historiadores como Irmãos Grimm, Monteiro Lobato, e outros, se inspiraram nos animais. Alguns deles : O Gato de Botas , A Gata Borralheira, O Patinho Feio, O Rouxinol, A Pequena Sereia, A Bela e a Fera, O Leão e o Rato, Mamãe Ganso, Os Três Porquinhos ,Mogli, o Menino Lobo, Bambi Dumbo,Os Dálmatas, O Rei Leão, pelo fato dos animais terem nos precedido e testemunharem a nossa evolução, são considerados nossos parentes, por muitas tradições nativas. A aliança entre seres humanos e os clãs animais estendem a tempos atrás desde a pré-história, e foi sendo ignorado nos tempos modernos.

Nosso relacionamento com o reino animal pode ser poderoso e significativo hoje, como era no passado.

No folclore africano como na mitologia grega, a harmonia da humanidade com os animais reflete-se na dieta vegetariana do Primeiro Povo. Nossos primeiros antepassados evitavam a mortandade de animais para se alimentar. Viam a natureza como parte dela. Sonhavam e caminhavam em realidades inseparáveis, o natural e o sobrenatural se fundiam.

No passado xamãs, sacerdotes e sacerdotisas mantinham o sagrado conhecimento da vida. Eles eram, capazes de andar por mundos invisíveis. Eles sabiam que os animais falavam quando você sabia ouvir.

O que está acima está abaixo. Este princípio ensina que todas as coisas estão conectadas. Nós não podemos separar o físico do espiritual, o visível do invisível. Este princípio dá um dos significados de resolver muitos paradoxos e descobrir segredos da natureza. Por essa razão estudar os totens animais é essencial para entender como o espiritual se manifesta com a vida natural.

O totem é algum objeto, ser ou animal cuja energia nós nos associamos durante a vida.
No mundo moderno, existem várias evidências do compartilhar com a mente animal. Vejam como milhares de pessoas falam com seus animais de estimação. Nesse momento acabam entrando na freqüência vibratória do animal.

Os vegetarianos que não comem carne por sentirem-se ligados com a vida animal. Os que lutam contra as experiências com animais e os que lutam contra o uso de peles, penas, couro, são pessoas com sensibilidade que recordam vestígios da época em que a humanidade realmente compartilhava a consciência com o reino animal.

Os animais ajudaram e ajudam os homens nos transportes, comunicação, na lavoura, na manutenção da ecologia. (elefantes, camelos, cabras, cavalos, búfalos, bois, pombos, cães, burros etc.) Hoje em dia animais virtuais também estão presentes na informática, onde criadores de software lançam produtos com programas animados por bichos.

Muitas pessoas consideram os animais irracionais, com menos consciência, menos inteligente, menos importante que nós mesmos. A sociedade os vê simplesmente como cobaias em laboratórios, peças de exposição em zoológicos, para serem consumidos como comida ou adornos, ou como os mau-acostumados bichos de estimação.

Podemos estar acima do passado de centenas de anos de destruição causados, quando agíamos sem a sabedoria do coletivo e de nossos ancestrais. Se pensarmos mais como os povos xamânicos, e não sermos arrogantes na nossa visão sobre os animais poderíamos receber dádivas da medicina animal. Níveis profundos de comunicação com os animais estão abertos a quem tiver paciência e abertura de coração suficiente.

Nós podemos usar a imagem animal como meio de aprender sobre nós mesmos e sobre mundos invisíveis. Esses arquétipos têm suas próprias qualidades e características que se refletem através de comportamentos e atividades dos animais e outras expressões da natureza.

O animismo considera toda a natureza espiritualmente viva. 

O homem tinha parentes e aliados no mundo das plantas, dos minerais, e dos animais. Os nativos norte-americanos dizem: 

“Não é apenas o homem que foi feito à imagem de Deus: também foram o Jaguar, o búfalo, o urso, a águia, a serpente, as borboletas, as árvores, os rios e as montanhas”.

Os animais estão mais próximos do que nós da fonte divina. Cada espécie de animal tem um “animal mestre” que é também um poder espiritual e com o qual temos que nos relacionar. Cada animal evidencia uma característica, ou um estado de espírito, um instinto, um afeto. O pânico à vista ou proximidade de certos animais parece um resíduo em nossa psique. Arquetipicamente essa emoção está ligada a Pã, o deus arcaico dos animais, que podia encher de pânico tanto animais como homens.

A biologia evolucionista fala de nossas afinidades com os primatas e com outros animais, assim como nossa ligação com toda a vida na terra. O biólogo Rupert Sheldrake sustenta que a consciência humana deve ter se desenvolvido com o conhecimento dos hábitos dos animais que o homem caçou, das qualidades das plantas que colhemos, das mudanças sazonais da natureza e do caráter de animais domesticados. Nossa íntima associação com animais domésticos continua até hoje. Aqueles que criam, treinam e cavalgam animais, os conhecem intimamente, e desenvolvem uma comunicação intuitiva com eles, assim como os treinadores de animais que se apresentam em espetáculos.

Há evidências, tanto de uma perspectiva histórica quanto do ponto de vista da ciência, de que algo semelhante à comunicação mental estabelece uma continuidade entre humanos e animais, de que esta comunicação pode ser surpreendentemente profunda, e, que não pode ser explicada, por intercâmbios físicos conhecidos; e, às vezes, representa uma inegável natureza não localizada. Para muitas culturas antigas, seria impensável não compartilharmos a consciência com outras formas de vida.
A capacidade de entender-se com os animais está preservada nas tradições xamânicas de quase todas as culturas tribais. Uma parte notável do ritual é o encontro com um animal, que se torna seu espírito guardião, revelando-lhe conhecimentos secretos, que não raro incluem a linguagem dos animais. Entre os índios da América Central o espírito guardião é conhecido como nagual.

O elo estreito e íntimo entre o ser humano e o nagual se expressa na capacidade do xamã transformar-se nesse animal familiar. O antropólogo australiano A. P. Elkin em seu estudo dos aborígenes atesta que o animal totêmico avisa a réplica humana do perigo, e chega a prestar-lhes serviços. Segundo Mircea Eliade durante a iniciação xamânica, o futuro xamã deve conhecer a linguagem secreta dos espíritos animais. Com freqüência a linguagem secreta tem sua origem na imitação dos gritos dos animais.

Imitar a voz dos animais, utilizar sua linguagem secreta durante uma sessão, é uma ferramenta para o xamã circular livremente pelas zonas cósmicas. Incorporar o animal durante uma sessão é mais que uma possessão, na verdade é uma transformação mágica de um xamã no animal. Uma das outras formas usadas era a máscara.

Eliade prossegue:
- A amizade com os animais, o conhecimento de sua linguagem e a transformação em animal são outros tantos sinais de que o xamã restabeleceu a situação paradisíaca, perdida no aurorescer do tempo.


Como serpentes, os cavalos também simbolizam alguns aspectos da energia psíquica. O cavalo possibilita ao homem entrar em contato com seu lado instintivo, e ter maior domínio sobre ele. Veados podem ser mansos ou selvagens. Tem a conotação da energia que nos leva.
Campbell escreveu sobre o papel do olho do animal e seu simbolismo nas cavernas paleolíticas. Está associado com o Sol, ou com o olho solar, e também com o leão e a águia. É a porta do Sol, a porta do Xamã, a passagem através do mundo da matéria para chegar ao espírito. Jung, em vários dos seus escritos, também explorou esse aspecto do simbolismo animal e espiritual.

Nas Américas Central e do Sul um xamã pode se transformar em jaguar e vice-versa. Há índios que pintam o corpo imitando um jaguar, e assim ganham força e as habilidades do animal. Os totens animais simbolizam energias específicas que nos alinham com a vida. Quando nós prestamos atenção e estudamos um totem, nós estamos honrando a essência deles. Nós podemos evocar essa essência para entender melhor nossa vida e as circunstancias com mais clareza. Nós podemos compartilhar de seu poder ou da sua medicina.

Os animais terrestres têm sempre tido uma forte simbologia associada a eles. Ele tem representado o lado emocional da vida, refletindo qualidades que devem ser superadas, controladas, ou re-expressadas. Eles também são símbolos de poderes associados com reinos invisíveis que nós podemos aprender a manifestar no visível. Pássaros podem freqüentemente ser considerados os símbolos da alma. Suas habilidades para voar refletem a habilidade dentro de nós para voarmos para novas qualidades, servir de ponte entre o céu e a terra. Nos totens pássaros cada um tem suas próprias características, mas eles podem ser usados para estimular grandes vôos de esperança, inspiração e idéias. Os aquáticos também podem ser totens. A água é um símbolo ancestral do plano astral e o elemento criativo da vida. Vários peixes e outras formas aquáticas de vida simbolizam orientação para expressões de intuição, imaginação criativa, e o fluir das nossas emoções. Eles podem refletir o lado feminino ou nossa essência. Os insetos também fazem parte da natureza, eram mitos de fertilidade no Egito, a Mulher Aranha quem criou o Universo. Chegou o momento para rever nosso vínculo ancestral com os animais. Desde a antiguidade o homem tem imposto sacrifícios ao animais. O carneiro é um símbolo universal do sacrifício animal. Na Babilônia era sacrificado nas comemorações do ano novo, para atenuar os pecados do reino. Na Grécia, Roma, no Islã, na África e no Egito, era oferecido aos deuses, para diversos fins.

Quero citar um trecho do livro “Os animais e a Psique”, da editora Palas Athenas :
“Entre os hebreus, o sacrifício do carneiro, foi uma antecipação da imolação de Cristo. O cristianismo absorveu o simbolismo pagão do sacrifício animal e o carneiro passou a ser o símbolo do Filho imolado, que segundo os textos bíblicos, pagou com sua vida o pecado dos homens e os salvou para a vida eterna”. O carneiro foi escolhido, pela igreja, como imagem e símbolo de Cristo. O carneiro tem aspectos de pureza, da mansidão, e da vítima sacrificial. Morto na cruz para a salvação da humanidade, Jesus derramou seu sangue, assim como o sangue do cordeiro libertou o povo judeu do Egito.

No cristianismo, o cordeiro está ligado a Jesus, Cordeiro de Deus, que se imolou pela humanidade : “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do Mundo”. João 1:29
Também é encontrada na Bíblia o Cordeiro do Apocalipse, com sete chifres e sete olhos, com poderes para abrir o lacre dos sete selos e vingar a morte dos santos e dos seguidores de Jesus.

Os animais devem ser tratados com respeito, devem ser honrados e bem estudados porque são manifestações dos poderes arquetípicos que estão por trás das transformações da alma humana. Eles nos falam de nossas compulsões ou instintos, como o comportamento dos filhotes e das aves acompanhando uma figura materna. O animal torna-se símbolo de uma força específica, energia invisível, espiritual manifestando-se em nossa vida. Que nosso caminho seja guiado e protegido novamente pela sabedoria ancestral da Terra.






Fonte:http://www.xamanismo.com.br

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